domingo, 20 de setembro de 2009

DANCE BEM, DANCE MAL, DANCE SEM PARAR...


Bem que dizem que as melhores coisas acontecem quando a gente não planeja. Acho super chato ficar blogando os acontecimentos do fim de semana, mas hoje tô com uma vontade louca de contar como foi meu sábado inesperadamente divertido.

Meus sábados tem sido geralmente mornos, nublados e sem graça. Ontem foi diferente. Liguei pro amigo Murilo e combinei de passar em sua casa no finalzinho da tarde pra tomarmos um café e colocar o papo em dia, como ele está sempre cheio de novidades, teríamos papo por longas horas, mas o plano era só esse: café, bate-papo, ficaríamos até altas horas vendo tv e depois pegaríamos no sono em qualquer canto da casa. Se fizesse um belo dia hoje, iríamos caminhar em algum parque da cidade ou visitar uma exposição de quadros. Não foi bem assim que aconteceu.

Cheguei em casa de Murilo entre 16:30h e 17:00h, demos um "pulinho" no mercado, preparamos um café e entre um cigarro e outro ele começou a me contar empolgadamente sobre um novo amigo que estava louco pra me apresentar. Depois de uma xícará de café bem forte, algumas fatias de pão trançado recheado de presunto e queijo e um belo pedaço de torta de chocolate abarrotado de recheio e cobertura, começamos a ler poesia, ouvir mensagens do tipo "filtro solar", relembrar os tempos de escola, amores antigos e quando o papo estava começando a querer ficar "deprê" o tal "novo amigo" de Murilo liga avisando que está a caminho.

Tiago, o "novo amigo", já chegou decretando que estava faminto e queria sair pra jantar e que depois do jantar iríamos dançar em uma boate, e não iria aceitar desculpas porque já tinha colocado o nome de nós três na lista e ia ser super legal. Eu e Murilo até que somos fervidos, mas ontem não estávamos muito afim de festa. Enfim, como eu e Murilo ainda somos meio que dois forasteiros aqui em São Paulo, Tiago nos convenceu com a proposta de nos apresentar os lugares mais legais da cidade. Topamos.

A noite começou com um jantar delicioso regado a muita massa, Tiago que é uma simpatia e tem muito bom gosto, nos levou num lugar gostoso e descontraído ali na Haddock Lobo. Depois de um papo super agradável e devidamente alimentados, demos uma esticadinho na SoGo. Por mim se ficasse só no jantar já estaria ótimo, mas Tiago queria mais e ainda bem que ele insistiu, porque a balada foi ótima!!!

Música da melhor, ambiente pequeno, mas sofisticado, pessoas interessantes, companhias adoráveis.

Eu dancei muito, dancei como não dançava há tempos, me acabei na pista até as 05:00 da manhã. Foi demais, quando tocou a última música, fui a loucura, "Viva La Vida" me levou ao frenesí total. Saí de lá com a alma lavada e um sorriso escancarado.

Se fiquei com alguém? Não. Não fiquei com ninguém, apenas dancei, dancei e dancei e isso foi maravilhoso, foi bom demais, não precisei de mais nada!!!

Se eu tivesse que dar um conselho agora pra todos aqueles que estão mal, tristes, chateados ou depressivos por algum motivo, seria esse: DANCE. Sempre que sentir que alguma coisa não tá legal: DANCE. Brigou com alguém querido, perdeu o emprego, tá com problemas financeiros, sentimentais, se acha feio, sem graça, mal amado, carente: DANCE. Você vai esquecer de tudo e se sentir inteiro, mesmo que por poucas horas e faz um bem danado pra alma, pro espírito e pro físico é lógico.

Pode ter certeza, dançando você se ilumina, fica até mais bonito. Tirando uma dorzinha aqui, outra ali pelo corpo no dia seguinte, você só tem a ganhar.

Viu como meu sábado foi sensacional? Quantas porções de coisas eu consegui sentir e passar pra vocês?

Então era isso gente. Fui...

Ah, só mais um lembrete: DANCE BEM, DANCE MAL, DANCE SEM PARAR, DANCE ATÉ SEM SABER DANÇAR.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

ESOTERICES


Decidi escrever de uma vez sobre esse assunto - que já havia me ocorrido em outras ocasiões - depois de assistir, essa semana, uma entrevista no Programa do Jô com um certo Daniel Atalla.

O sujeito, jovem, bem apessoado e vestido de maneira despojada com jeans, tênis e camiseta, longe de parecer um Zé do Caixão, foi apresentado como "bruxo profissional". Assim que Jô o anunciou, meu primeiro impulso foi desligar a tv e tentar dormir, mas como o sono tinha resolvido dar uma voltinha, acabei sucumbindo a entrevista com o tal bruxo.

Daniel é apresentador de um programa de rádio onde aborda assuntos como Terapia holística, Numerologia, Tarot Conceituado no meio esotérico... e tornou-se referência nacional, pelos seus dons naturais e criações holísticas, com mais de vinte mil atendimentos por todo o mundo. Com uma capacidade psíquica e intuitiva nata, começou a jogar tarot aos nove anos de idade e estudar a filosofia do I Ching. Mais tarde, se aperfeiçoou com as Runas e o Baralho Cigano. Em seguida conheceu a Bruxaria e se tornou praticante da Antiga Arte até atingir o Grau Máximo de Sacerdote e Mago de Magia Natural. Estudou vários tipos de magia, dentre elas, a cigana, celta e africana.

Apesar de todo esse extenso currículo, o assunto que permeou toda a entrevista foi a fisiognomonia. Não meus amigos, fisiognomonia não é o estudo dos gnomos mas sim a leitura dos traços da face. Daniel Atalla também é um estudioso de fisiognomonia, ele consegue ler determinadas características da personalidade de alguém apenas pelos traços da face. Não é fantástico?

Olha que interessante: quem tem covinha no queixo é dominador; covinha nas bochechas é carência; orelhas de abano significa insegurança; nariz grande, pessoa autoritária e assim por diante...

Tudo isso é só pra reafirmar minha posição sobre este assunto por vezes tão polêmico. Nunca acreditei, não acredito e continuarei não acreditando em bruxas, feiticeiras, ciganas, bolas de cristal, tarot, leitura de mãos, superstições, astrologia, previsões, destino e etc.

Mesmo sem acreditar, confesso que a título de curiosidade e até pra confirmar minha teoria de que todos não passam de charlatões, já passei por algumas experiências esotéricas. Além de curtir dar uma espiadinha de vez em quando na página de astrologia do jornal, pois as vezes algumas coisas coincidem e gosto de imaginar como seria bom se tudo que está escrito ali pra acontecer, acontecesse realmente, houve dois episódios interessantes na minha vida que gostaria de relatar aqui.

A primeira vez, estava eu, acompanhado de uma velha e inesquecível amiga, Vívian (onde está você agora?), rodeado de uma gente descolada, moderna e super prafrentex na mesa de um inferninho bem badalado, tentando me situar, pela primeira vez num lugar como aquele.

Vívian super enturmada querendo me apresentar todo mundo e de repente surge Lucas. Uma figura meio gótica, bastante imponente, alto, forte, todo vestido de preto, me é apresentado como bruxo. Dou uma risadinha amarela e ele pede que eu estenda minha mão para que possa lê-la. Fiquei tenso. Em meio a tentos olhares em cima de mim, a fumaça do ambiente, o tom avermelhado das luzes, um estranho belo e intimidador pedindo para ler minha mão, algo em que nunca acreditei. Tremi na base, mas acabei cedendo.

Lucas examinou a palma de minha mão por alguns segundos, respirou fundo e olhando profundamente nos meus olhos sentenciou:
-Você é muito misterioso.
Dei outro sorriso amarelo, mas tinha gostado de ouvir aquilo, ser misterioso dá um ar de sedução a qualquer pessoa.
Prosseguindo ele disse:
-Você não quer que eu continue, quer?
Como ele sabia? Eu realmente não queria que ele continuasse. Tinha medo de que falasse algo verdadeiro e minhas convicções caíssem todas por terra. Mas respondi:
-Você que sabe.
Ele fechou minha mão com delicadeza e com uma docilidade encantadora falou:
-Você ainda não está preparado para ouvir.

O que será que ele tinha a dizer?

Lucas foi tão perfeito no papel que criou para si, que me convenceu aquela noite, e por muito tempo eu fantasiei que ele era realmente um charmoso bruxo que tinha aparecido em minha vida pra revelar algo de especial, como num conto de Shakespeare.

Anos mais tarde, movido mais uma vez pela curiosidade e incentivado por outra amiga, Milena, fomos jantar em um restaurante Árabe, com o único objetivo de ao final da refeição tomar um cafezinho para ter nossa sorte lida na borra do mesmo, por uma mulher devidamente paramentada para esta função.

Num canto do restaurante, vestida de odalisca a mulher bebericava um drink azul esperando a hora de começar seu trabalho. Tinha em sua mesa uma bola de cristal, incenso e um ramo de arruda. Eu, que já havia acabado minha refeição, observava tudo atentamente, cada detalhe. A mulher tinha cara de charlatã, não passava nenhuma credibilidade, mesmo assim eu estava ancioso pela minha vez. Já havia tomado meu café, colocado o pires de cabeça pra baixo como tem que ser, mas ainda tinham 10 pessoas na minha frente.

Por fim, quando chegou minha vez, ela fez todas as perguntas de praxe, esperando que eu desse a ela informações para que pudesse começar a falar sobre mim, como eles costumam fazer sempre. Como eu já conhecia esse truque, tentei falar o menos possível. Ainda assim ela conseguiu me deixar um pouco impessionado, descrevendo alguns traços muito particulares de minha personalidade. Começou dizendo o seguinte:
- Você é muito ligado a arte não é?
Bingo, acertou em cheio! Será que deu pra ver só pela minha cara? Eu não tinha dito nada que pudesse dar a ela essa impressão.
- Ainda continua com a ideia de ir pro Rio de Janeiro?
É, dessa vez não deu, bola fora total. Eu nunca quis ir pro Rio de Janeiro, mas ela tentou adivinhar pela lógica, se eu queria estudar e trabalhar com algo ligado as artes o mais provável é que eu tivesse vontade de ir pro Rio. Depois dessa pensei que ela iria só falar besteira, mas ela deu a volta por cima e conseguiu me deixar meio atônito.

Ao término da sessão saí daquele restaurante com dois pensamentos:
1) Aquela mulher tinha feito a lição de casa direitinho.
2) Seria tão bom se fosse verdade. Se algumas pessoas realmente tivessem esse dom.

Infelizmente, tudo não passa de uma grande e falsa ilusão. Como o ser humano é feito de sonhos, sempre vai haver aqueles que continuarão sonhando com esta ilusão e os que vão continuar iludindo estes sonhadores.