quarta-feira, 31 de outubro de 2012

LONDRINA

Cheguei numa madrugada de fevereiro de 1997. Era cinco da manhã. As folhas das árvores dançavam lentamente ao sabor da brisa suave da escuridão. Carregava o peito cheio de esperança e medo, mas ao percorrer aquelas ruas limpas e largas rumo ao meu novo lar, senti que poderia ser feliz naquele lugar. Gostei da cidade e do ar de glamour que ela exalava. A primeira impressão foi de encantamento. Imaginei que os primeiros raios de sol me traria agradáveis surpresas.

Tinha saído de uma cidade nordestina no estado de Sergipe, um lugar sem muita beleza, tirando as praias, e nenhum glamour, o extremo oposto de Londrina, mas onde vivi os melhores dois anos da minha vida. Convivi com pessoas, calorosas, hospitaleiras, alegres, fiz amigos muito especiais e passei por experiências que só se vive uma vez, como o primeiro beijo e o primeiro amor. Por isso ao partir fui em prantos. Sem opção de escolha, só me restava torcer para que tudo desse certo e eu pudesse encontrar pessoas tão incríveis quanto aquelas que estava deixando pra trás.

Londrina é a segunda maior cidade do estado do Paraná, fica na região Norte e possui mais de 500 mil habitantes. É uma cidade agropecuária, sendo bastante famosa pelo cultivo de café. Também tem uma das melhores universidades estaduais do Brasil, a UEL (Universidade Estadual de Londrina), atraindo assim estudantes de todo o país. Sendo assim, é uma cidade relativamente rica, que abriga muita gente esnobe.

No início foi bem difícil a adaptação. Acostumado com gente e hábitos simples, de repente me deparei com pessoas que tinham muito mais do que eu em sentido material. Carro, casa própria, escolas particulares, viagens internacionais, lugares caros. E eu, que nunca havia me sentindo desvalorizado por ser pobre, comecei a me sentir discriminado e foi uma das piores sensações que já tive. O ambiente não era propício, havia um desencaixe entre eu e aquela nova sociedade que se desvelava diante de mim e isso me matava. Eu queria, precisava desesperadamente fazer parte de algo, me sentir inserido, como era em Aracaju.

Como era em Aracaju nunca foi, mas aos poucos as coisas foram se encaixando. Comecei a ir muito ao cinema, principalmente no Shopping Catuaí. Apesar de amar cinema, nos dois anos que vivi em Aracaju não fui nenhuma vez, lá eles não tem muito o hábito, mas outras coisas compensavam essa falta. Em Londrina recuperei o prazer pelo cinema. Outra coisa gostosa, que eu adorava fazer, era caminhar no Parque Igapó, que ficava nos arredores da minha casa, localizada num bairro delicioso próximo ao centro. Pessoas de todas as partes da cidade frequentavam o Igapó, para se exercitar, passear, namorar, ensaiar, etc... Lá, tinha uma concha acústica onde o povo ensaiava peças, coreografias e de vez em quando até rolava uns shows. Me lembro de um do Chico César, que vi e ouvi de relance ao passar por lá numa noite. Tinha também a Feirinha da Lua, todas as noites de quarta-feira. No meio da semana era de lei passar lá pra comer o melhor pastel da cidade. Próximo de casa tinha também o Moringão, um salão grande, onde ocorria diversos eventos, como formaturas, shows, competições, eventos religiosos. Uma vez fui num show do Cidade de Negra com a Kássima, uma colega do colégio. O Super Muffato o melhor mercado da cidade, na minha opinião, pertinho de casa, chamado carinhosamente de Muffatão. O Valentinno, um bar gls, que da janela do meu quarto eu via os fundos e ficava imaginando como seria lá dentro. Alguns anos depois eu mataria minha curiosidade.

Eu morava com meus pais num apartamento simples mas aconchegante, na rua Raposo Tavares. Estudava no melhor colégio público da cidade, a Escola Estadual Professor Vicente Rijo. Quando comecei estava na sétima série e foi muito bom. As pessoas não entendiam como eu tinha conseguido vaga tão rápido, já que quem vivia lá a mais tempo não conseguia se matricular, a escola era exigente pra aceitar novos alunos. Nunca soube o motivo, só sei que me matriculei sem grandes dificuldades, penso que justamente por ser de fora, eles me deram preferência. Minhas primeiras amigas foram a Kássima e a Ângela. Vivíamos grudados, dentro e fora da escola. Quando acabava as aulas, ficávamos de papo nas esquinas, as vezes íamos pra praça, pro shopping, tomávamos sorvete e ríamos. Ríamos de tudo, por qualquer bobagem, tudo era alegria, tudo era maravilhoso. Tínhamos 15, 16 anos, tínhamos obrigação de ser feliz. Todos gostavam de Kássima, ela era popular, expansiva, grandona e bonita. Quem não gostava dela tinha inveja, geralmente meninas que a encaravam como rival. Ao lado dela eu ficava mais feliz que pinto no lixo, o bulliyng que me perseguiu em todas as escolas, diminuiu bastante, quem não falava comigo, pelo menos me deixava quieto. A pergunta que não queria calar, era por que uma garota tão popular como ela havia me feito seu melhor amigo. Eu era o novo brinquedinho dela, o amigo gay que ela queria exibir pra todos, mostrando como era moderna e descolada. Demoraria algum tempo até descobrir sua verdadeira personalidade.

Paralelamente aos colegas da escola, outras pessoas bacanas foram surgindo na minha vida. A Cláudia era vizinha, morava no mesmo prédio que eu. Divorciada, tinha dois filhos, Paula e Douglas. Era massagista e uma ótima contadora de piadas. Fazia o melhor arroz que eu já comi na vida. Sonhava em conhecer a Suécia, onde vive hoje. A Martinha, também morava no prédio. Era magrinha, pequenininha, quieta, mas muito querida. Solteira, morava sozinha. Trabalhava na biblioteca do Colégio Anchieta. No mesmo prédio ainda morava a Leda com o filho Luís Henrique. E aquela que se tornou minha maior amiga, confidente e companheira Luzia Gondim, com quem trocava figurinhas sobre filmes em papos intermináveis. Essas foram as primeiras pessoas com quem formei um círculo de amizade. Fazíamos churrascos maravilhosos, varávamos madrugada a dentro jogando um carteado, nos acabávamos em rodízios de pizza e era bom demais!

Foram cinco anos em Londrina, cinco intensos anos. Morei em três casas diferentes. Primeiro foi no prédio da Raposo Tavares. Depois fomos pra uma casa na rua Canudos, ainda no mesmo bairro e por fim mudamos para o Jardim San Remo, onde vivemos na rua Uberlândia até o último dia. 

Com o passar dos anos fui conhecendo outras pessoas e estreitando laços. Na escola fiquei muito amigo da Vívian e da Nadege, essa quase uma irmã pra mim. Vívian era tão espetaculosa, como eu gostava daquela menina, galinha e piranha na boca de muita gente, mas verdadeira e autêntica pra mim. Nadege era um sonho, doce, meiga, carinhosa, generosa. Minha irmãzinha do coração. Já estava na oitava série quando fiquei mais próximo das duas. Nesse período, Kássima já se mostrava interesseira, calculista, alguém não muito confiável e fui me desapegando aos poucos. Naquele ano, montamos uma peça e fomos entrevistados num programa de televisão local por causa dela. Foi um momento memorável! Nossa turma era a melhor, éramos unidos, tínhamos uma intimidade natural de pessoas que conviveram diariamente durante dois anos, mas quando o fundamental acabou uma nuvem negra pairou sob o meu coração. Estávamos separados no ensino médio. Pra mim particularmente foi péssimo, serviu pra que me afastasse definitivamente de Kássima e isso não foi tão ruim assim, porém, Vívian mudou de colégio e Nadege foi pra outra turma. Eu estava sozinho, cercado por um monte de gente estranha dentro da sala de aula e o bulliyng voltou com força total.

A situação estava horrível na escola, me encontrava com Nadege em todos os intervalos, mas não era o suficiente pra deixar de me sentir péssimo, as aulas eram um tormento perto de toda aquela gente com quem não tinha nenhuma afinidade. Na vida fora da escola, as coisas tinham que ficar um pouco melhores. Conheci gente nova, a Erica e sua irmã Eliane. A Fernanda, a Amanda e a mãe delas, Vânia. Foram pessoas essenciais pra tornar o tempo que passei em Londrina significativo, algo que realmente valeu a pena. Nesse mesmo ano eu e Erica fizemos um curso de cabeleireiro, que deixamos pela metade. Foi também o ano que comecei a frequentar as audições de piano dos irmãos Pâmela e Stellios, que moravam na mesma rua que eu, a Uberlândia e vez ou outra me convidavam pra um café, onde era servido um patê maravilhoso de berinjela, receita da terra do pai deles, a Grécia.

Em 2001, último ano na escola e também na cidade, fui questionado se gostaria de mudar de turma. Não pensei duas vezes, escolhi a turma onde Nadege estava e foi perfeito, nossa amizade se fortaleceu de tal maneira, que eu tive certeza que ia levá-la pra vida inteira. E aquele ano foi sensacional. O aniversário da Nadege. Vívian me levando ao Valentinno. A festa surpresa nos meus 20 anos. Minha primeira balada gls. E tantos momentos ínfimos que se tornaram grandiosos em minha lembrança afetiva. Risadas, encontros, dancinhas, a solidão de noite na janela do quarto, fofocas, picuinhas, ciúme, rejeição. O show da Cássia Eller, o primeiro emprego, estudar de noite. O carro arranhado, as músicas da Adriana Calcanhoto, "O Terceiro Travesseiro", "Fica Comigo Gay", "Presença de Anita", o retorno daquele primo, as cartas trocadas, "Disque Amizade", a tarde dos meus 17 anos esperando o ônibus na chuva.

Assim foi Londrina em minha vida, uma imensidão de emoções, descobertas, amadurecimento. A transição de um adolescente pra um adulto. Enquanto estive lá, eu achei que não amava. Hoje posso afirmar, eu amei. Ah, como eu amei!

domingo, 28 de outubro de 2012

ANDRÉ, MARCELO E SABRINA

Gosto de falar e escrever sobre pessoas. Esse texto é uma pequena homenagem a três pessoas muito queridas. Falarei um pouco sobre cada uma delas. Sobre como nunca imaginei que amizades virtuais pudessem ser duradouras e significativas.

Nunca acreditei nesse tipo de amizade, achava que o virtual era apenas uma ponte para que num curto espaço de tempo se conhecesse cara a cara a outra pessoa. Mas neste caso específico, os anos foram passando e embora nenhuma possibilidade de um encontro ao vivo e a cores surgisse, os contatos foram se estendendo e fortalecendo-se.

Tudo começou com a febre dos "blogs". Eu tinha e ainda mantenho esse "Borboletas na Janela". O praticamente finado "orkut" tinha comunidades onde blogueiros se reuniam para ler e comentar postagens em blogs de pessoas desconhecidas que mantinham contato apenas por ali. Pra que a brincadeira funcionasse bem, você devia ler e comentar, mesmo os textos que você não curtia nem se identificava, pra ficar uma coisa imparcial. Eu mesmo fazia um esforço descomunal pra ler blogs com temas que não me apetecem de maneira nenhuma, como futebol e política, até por uma questão de respeito. Só que no meio dessa profusão de blogs que surgia, sempre tinha aqueles que me encantavam, dava um prazer imenso ler, tinha um sabor todo especial, era uma alegria!

Entre eles estavam "Histórias do Arteiro" (hoje "Loucos por Cinema"), "Diz que Fui por Aí" e "De Volta ao Meu Eu" respectivamente do André, do Marcelo e da Sabrina. 

O André escrevia exclusivamente sobre filmes. Pra mim, um apaixonado por cinema, um prato cheio. Mas o que tornava especial suas postagens, era a forma simples e amorosa como ele colocava suas impressões sobre os filmes, o que me fez ter uma identificação imediata com sua maneira de sentir as histórias. Lembro que a primeira postagem que li, me chamou a atenção pelas belas imagens das fabulosas atrizes Cate Blanchett e Kate Winslet, esta segunda uma de minhas atrizes preferidas. O texto falava sobre os concorrentes ao "Oscar" daquele ano de 2009. Cate estava em cartaz com "O Curioso Caso de Benjamin Button" e Kate com "O leitor" e "Foi Apenas Um Sonho". Dali em diante não parei mais de seguir o talentoso e criativo André Arteiro, que mora em São João de Meriti no estado do Rio. Já gravou vários vídeos satíricos das estrelas pop internacionais como Lady Gaga, Kesha, entre outras. É enfermeiro (me corrija se estiver errado André). Participou do Vídeo Game da Angélica com o tema Vale Tudo, sua novela favorita, mas infelizmente não ganhou. É muito bem casado. Fã incondicional e fervoroso de Patrícia Marx. Amigo carinhoso, sincero, doce e acima de tudo um guerreiro que apesar das agruras da vida e armadilhas do destino, nunca perde a alegria e nem tira o sorriso meigo do rosto.

Já o Marcelo Antunes é uma "figura". O blog dele me chamou atenção por ser principalmente bem escrito, sempre com uma pitada de humor. Ora ele discorria sobre comportamento como no texto "Martíni com Cereja", ora sobre cinema em "Amigo, estou aqui...", ora atacando de contista com textos recheados de erotismo, como no caso de "Quatro e Vinte" e "Encontro Marcado" para citar apenas dois, por que o cara tem um vasto repertório quando se trata de histórias de sacanagem. Marcelo é assim, bem eclético, inteligente e "palhaço". Mora no Rio de Janeiro. É professor. Adora cinema também. É viciado no facebook. Está a procura de sua cara-metade (não está Marcelo?) e anda bem vagabundo ultimamente pra escrever, faz mais de 3 meses que não atualiza seu blog. Isso sim, é sacanagem.

Enfim Sabrina. Ah, minha doce Sabrina! Ela é romântica, sensível, mãe, esposa e mulher dedicada a tudo aquilo que ama. Quando descobri seus textos num blog romanticamente soturno, me pareceu que passava por uma fase conturbada em sua vida amorosa e ali derramava toda sua dor e anseios (é isso mesmo Sabrina?). Gostei daquela moça corajosa, que expunha seus sentimentos sem medo de parecer ridícula, piegas e insegura. Eu também era um pouco como ela e ao lê-la era como se estivesse lendo um diário íntimo. Deixei de seguir seu blog depois de um tempo por estar em outra vibe, e hoje nem sei se ela ainda o mantém, mas a amizade permaneceu através das redes sociais. Hoje percebo-a em suas fotos e postagens, mais leve, segura e feliz. Parece que a gaúcha Sabrina Silveira Anhaya, minha conterrânea que vive em Passo Fundo, está realizada e plena, e isso me deixa feliz. Sua simplicidade a torna iluminada.

E isso tudo eu sei e sinto, mesmo não os conhecendo pessoalmente, porque acredito sinceramente na máxima de que "os seus se reconhecem". Toda aquela empolgação dos "blogs" já ficou lá no passado, num relativamente distante 2009, onde tínhamos gana de escrever, expondo nossas opiniões, ideias e sentimentos, mas esse desejo de continuar sendo o melhor que pudermos, e continuar mantendo contato pra que um dia possamos nos abraçar, rir e comemorar toda essa tecnologia, que nos uniu de certa forma, permanece.

Um dia eu sei que nos veremos olhos nos olhos e esse abraço será inevitável. Obrigado amigos!

sábado, 13 de outubro de 2012

DA SÉRIE: OS FILMES DA MINHA VIDA - UM BEIJO ROUBADO (9)

Era 22 de maio de 2008, quinta-feira. Lembro nitidamente desse dia. Minha folga da cafeteria. Foi um dia especial por estar com colegas de trabalho pela manhã numa reunião da empresa, onde me diverti, apesar da ocasião não muito propícia. Reuniões de trabalho não costumam ser divertidas, ainda mais no dia da sua folga, mas essa foi. Depois, um almoço farto na companhia de colegas adoráveis. Quando anoiteceu, visitei uma amiga em seu apartamento no Bomfim. Batemos um papo gostoso sobre livros, viagens e gatos. Pra terminar a noite encontrei Murilo, Sérgio e Eduardo na Cidade Baixa e nos acabamos numa lanchonete em meio a muitas risadas e histórias engraçadas. Voltei pra casa passando mal de tanto que comi. Porém no meio da tarde, entre a reunião de trabalho e o encontro com amigos, o momento mais inesquecível do dia, a sessão do filme "Um Beijo Roubado" no cinema GNC do Shopping Moinhos de Vento. Aquele momento, os 94 minutos que fiquei completamente absorto naquela sala de cinema, foram de total ternura.

Era Norah Jones, a cantora de voz doce que eu tanto gosto que fazia sua estréia no cinema, já como protagonista. Uma mocinha romântica daquelas bem típicas, junto com nada mais nada menos, que meu muso Jude Law. O filme, um romance rasgado, bem água com açúcar, cheio de lágrimas, suspiros, desencontros e um arrebatador beijo roubado que resumi bem toda a história, era simplesmente irresistível, a minha cara.

"Um Beijo Roubado" reuniu todos os elementos que me encanta em um filme, um elenco apaixonante a começar pelos protagonistas já citados, tinha ainda a exuberante Rachel Weisz e a fofíssima Natalie Portman loira e de cabelos curtos, arrasando na pele de uma viciada em jogo. Uma trilha impecável e a fotografia estonteante.

Num texto que falava sobre o filme, a escritora Martha Medeiros o definiu como uma "poesia filmada". Concordo plenamente, acho que essa definição resumi bem o espírito desse romance que tem como título original "My Blueberry Nights" (Minhas noites de mirtilo), que é um título mais que perfeito. Porém, ele também poderia se chamar "Jornada de um coração partido" já que conta a história de Elizabeth, uma mulher que após ser traída e abandonada pelo  namorado começa a frequentar todos os dias o pequeno e charmoso café de Jeremy, local que costumava ir sempre com ele na esperança de reencontrá-lo. Lá, Elizabeth passa várias noites chorando suas mágoas para um paciente Jeremy, que a ajuda a afogá-las com deliciosas tortas de mirtilo, o reconforto da doçura. Só que diante da delicadeza frágil da machucada Lizzie é impossível para Jeremy não se apaixonar, mas para não parecer um aproveitador insensível ele age com muita cautela, mostrando seus sentimentos com toda a sutileza.

Algumas noites na companhia de Jeremy, regadas a muitas lágrimas e torta de mirtilo se passam, e Elizabeth, ainda machucada, decide viajar pelo estado pra tentar esquecer o homem que a abandonou. Com o coração partido, ela embarca numa jornada que lhe dará uma nova visão da vida, encontrando pessoas e vivenciando situações que a fazem amadurecer e entender que a dor é parte inevitável desse caminho que percorremos enquanto vivos. Aprendida a lição e refeita da dor, Elizabeth volta inteira e pronta para viver um novo amor ao lado de Jeremy.