quarta-feira, 12 de novembro de 2008

ESQUECER

Demorei algum tempo pra assistir ao filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças, talvez porque não goste muito de Jim Carrey fazendo dramas, apesar de achar Kate Winslet sublime em qualquer papel, fiquei reticente em assisti-lo mesmo sabendo que não resistiria a ele por muito tempo. Ainda assim não o vi no cinema nem em dvd, acabei assistindo-o na tv mesmo e me arrependi profundamente de não tê-lo visto logo na estréia. Realmente o filme me conquistou, fiquei completamente apaixonado, já o tenho na minha lista de preferidos. É um filme profundo, original, romântico sem ser meloso e com um elenco fabuloso.
A história consiste em um procedimento clínico q infelizmente ou felizmente ainda ñ existe de verdade, o "apagamento de memória". Joel e Clementine são um casal que se ama profundamente, mas depois de um certo tempo juntos não conseguem mais se entender, a imcompatibilidade de gênios aflora cada vez mais e a convivência acaba tornando-se insuportável, principalmente para Clementine, que após romper com o namorado decide esquecê-lo literalmente, submetendo-se ao procedimento que deleta da memória qualquer lembrança indesejável, neste caso todos os momentos que viveu com Joel, desde o dia em que o conheceu até o dia em que terminaram. Ao descobrir oq a ex-namorada q ainda ama fez, Joel fica desnorteado, e magoado resolve se submeter ao mesmo procedimento.
Por que essa história improvável mexeu tanto comigo? Pq talvez se ñ fosse tão improvável assim, se realmente existisse um procedimento como esse ao alcance de todos eu me submeteria a ele, ou não. Talvez não tivesse coragem se fosse uma possibilidade real, embora vontade ñ faltasse.
Agora, o q esquecer, por que esquecer, por que ñ esquecer? São questões ultra complexas e delicadas capaz de fundir a cabeça da criatura mais sã. Nesse caso falarei por mim.
Gostaria de esquecer todas as humilhações e perseguições passadas nos primeiros anos escolares. As decepções com amigos de confiança. Os amores ñ correspondidos. A vergonha por parecer esquisito. Somente coisas ruins óbvio, lembranças tristes q se esquecesse provavelmente viveria uma eterna sensação de bem-estar, de felicidade. Sensação de ter tido uma vida plena de momentos bons e satisfatórios, sem nenhum problema, nenhuma tristeza, nem decepção, nenhum pingo de sofrimento. Seria um verdadeiro horror, uma vida completamente vazia de questionamentos, angústias, decepções. Sem "quebrar a cara" nenhuma vezinha sequer como é que iríamos crescer como ser-humano ou nos entender como tal tendo em vista q seríamos adultos ao participar de um "apagamento de memória"?
Esquecendo todos os piores momentos da vida q espécie de pessoas seríamos afinal? Eu ñ sei essa resposta, mas como estamos no campo das suposições, vou chutar.
Acabaria me achando estranhíssimo por perceber todos a minha volta divagando sobre as superações de problemas do passado, o sofrimento pela perda de alguém querido, a dor de cotovelo pelo término de um romance, um amor ñ correspondido, a frustração por ñ conseguir uma vaga de emprego, uma briga terrível, e eu ali impassível sem lembrar de nenhum momento de dificuldade, desespero ou agonia, sem poder contribuir com nenhum tipo de experiência pessoal para uma conversa onde no fim todos comentariam das maravilhas de se passar por momentos difíceis para depois de superados usufruir da bonança q sempre chega depois da tempestade.
Ficaria completamente perdido num mar de lembranças boas, começaria a duvidar de meu próprio caráter e até mesmo de minha sanidade mental, pq apesar de ter apagado as lembranças más ainda seria uma pessoa dotada de inteligência e saberia perfeitamente q jamais se vive apenas momentos de alegria, se ñ se sofre externamente, internamente pode-se viver dilacerado por toda uma vida. Por fim acabaria por enlouquecer.
O sofrimento ñ é bom, decepções machucam, humilhações magoam, ferem, amores ñ correspondidos dóem barbaridade, mas a dor nos faz crescer. Tudo isso nos transforma, em pessoas boas ou ruins, fortes ou frágeis, sensíveis ou insensíveis e oq faz com q ñ se perca a essência e continuemos sendo oq somos é a lembrança de tudo q se viveu, de todos os obstáculos ultrapassados e sofrimentos superados. É olhar pra trás e pensar como foi bom ter passado por tudo isso e ter sobrevivido ao q parecia ser o fim em determinado momento.
Enfim, lembrar eh bom, seja lá oq for, mas pensando bem, aquele mané q ñ percebeu o qto eu o amava e me fez chorar litros durante mto tempo merecia ser deletado da minha memória sim. Isto ñ é uma contradição é uma constatação. É por isso q eu amei o filme, ele me fez descobrir a única maneira de me livrar de um amor ñ correspondido pena q é apenas uma ilusão, mas um dia quem sabe. Enquanto esse procedimento incrível ñ surge no mercado vou me conformando com o tempo q trata de sarar todas as dores, mas não deixa esquecer.


domingo, 26 de outubro de 2008

CONTOS DE JEAN WYLLYS

Ele é simples e cortante como um punhal afiado. Posto aqui dois pequenos contos do polêmico ex-participante do bbb5, histórias curtas que mexeram profundamente com minhas emoções:


LUA VERMELHA

O Convento de Santa Tereza, os prédios do Comércio, a praça Castro Alves e a rua Chile jaziam ao som das águas da baía. A lua cheia, suspensa a altura do forte, ofuscava as luzes dos navios. Àquela hora da madrugada, ouvia-se apenas o som dos cães arrastando os sacos na calçada. O silêncio tomara conta da rua do Edifício Pequim, onde, debruçada sobre a janela, Lua (Lucineide era seu nome de batismo) olhava a paisagem. Coberta por um vestido cor de leite, que constratava com sua pele negra, e com uma passadeira na cabeça prendendo os cabelos espichados, ela parecia vestida para um dia especial. Embora sua vida fosse vazia de dias especiais e quase sem amor.
Até aquele dia, Lua só havia conhecido trabalho, privação, humilhação e tirania. Dormia no quarto pequeno e úmido da área de serviço e trabalhava nas ocupações dométicas das seis da manhã as onze da noite. Ouvia, todos os dias, a patroa dizer que as empregadas, apesar de tratadas como filhas, não valiam nada, eram preguiçosas, ladras e só sabiam namorar. Há doze anos morando em Salvador, Lua nunca havia beijado.
Os homens - até mesmo o porteiro do prédio, manco e evangélico - não olhavam para ela. Viera de Queimadas, uma terra seca lá para as bandas de Monte Santo, meio vendida pela mãe. Do lugar, ela guardava a lembrança apenas das estrelas da noite e da música de Luís Gonzaga no rádio de pilha vermelho. Em Queimadas, ela aprendera que à tarde o sol vai para o Japão. E a Lua, viria de lá?
Deixara de freqüentar a escola porque parecia invisível, ainda que não tivesse consciência de que fora por esse motivo. Não queria voltar para Queimadas, mas também não queria ficar em Salvador. Lua não sabia aonde ir. Sentada, agora, sobre o parapeito da janela, ela observava a Lua e tentava enxergar o dragão de São Jorge na bola branca. Uma tristeza preta pesou sobre o seu peito. Sentiu vontade de pegar a Lua. Lua, Lua, Lua, eu sempre quis você. O vento da noite soprava o vestido branco, que caía em disparada. As mãos e os pés a se debaterem no ar, e o estrondo a rasgar o silêncio da madrugada e a despertar o sono do dragão. Do décimo andar do edifício, onde seus patrões dormiam como eleitos, o vestido de Lua parecia uma flor branca desabrochada, contornada por folhas vermelhas que escorriam pela calçada, a refletir a Lua menstruada.


NADA SERÁ COMO ANTES

Em uma tarde morna, sob um céu rosado, eles se despediram no aeroporto que ainda se chamava Dois de Julho. Abraçaram-se demoradamente. Não disseram uma só palavra. Apenas as lágrimas davam conta do quanto um sentiria falta do outro. Os pais de João, aquele que partiria em breve, assistiram a despedida com bastante paciência. Em seguida, chamaram o garoto, pois o vôo havia sido anunciado. André, aquele que permaneceria em Salvador, deixou que o avião se espelhasse em seu olhar até sumir. Sentiu algo se apagar dentro dele. Toda despedida é um princípio de escuridão.
João e André se conheceram ainda no primário, mas só se tornaram amigos no ginásio. Os anos seguintes só serviram para aproximá-los ainda mais. Trocavam revistas em quadrinhos, fotografias, filmes e discos de pop rock. Sentavam-se próximos na sala de aula, permaneciam juntos durante os intervalos e, quando chegavam em casa, penduravam-se horas ao telefone, conversando entre si. Nos fins de semana, trancavam-se no quarto de um ou do outro para ouvir Legião Urbana e só saíam com as respectivas namoradas, se o casal amigo pudesse acompanhá-los.
Aliás, as namoradas foram problema em suas vidas. Enciumadas, elas não entendiam como dois homens podiam ser tão amigos e chegavam mesmo a insinuar que os dois eram veados. Quando isso acontecia, fosse com André ou com João, o namoro acabava imediatamente. Eles não amavam as mulheres com as quais se relacionavam, e, mesmo que amassem, acreditavam que a amizade era superior ao amor. Na verdade, João e André se amavam, pois a amizade nada mais é do que um amor despido de sexualidade, mais esperitual, portanto mais profundo.
Assim seguiram até o dia em que o pai de João conseguiu um emprego em uma corretora de imóveis em Miami, nos Estados Unidos. André tentou de todas as maneiras que João ficasse em Salvador. Chegou a oferecer sua casa para o amigo morar, mas o pai de João acreditava que o futuro profissional do filho estava no Primeiro Mundo. Resignados com a separação, prometeram que se falariam até o dia em que se encontrassem novamente. João garantiu que, assim que chegasse em Miami, ligaria para passar o telefone e que escreveria também.
Nos primeiros dias após a viagem, André não se afastou do telefone, esperando a ligação do amigo, que não veio. Atendeu ansioso a todas as chamadas telefônicas, mas, em nenhuma delas, João estava do outro lado da linha. Para preservar um mínimo de claridade na face, André resolveu acreditar que o amigo estava impossibilitado de ligar, que escreveria em breve. O carteiro, entretanto, só deixava na caixa postal extratos bancários. Passaram-se dois anos e André não recebeu nenhuma carta, nem uma ligação sequer do amigo. Nessa ocasião, passava os dias bêbado ao lado do telefone. Seus pais já não sabiam o que fazer para devolver o ânimo ao filho. Largado em um canto da sala, numa noite fria, André ouviu no rádio uma canção que dizia "eu já tô com o pé nessa estrada, qualquer dia a gente se vê, sei que nada será como antes, amanhã". Sorriu discretamente, guardando, na boca de sua noite, um gosto de sol.


Gostaria que comentasse qual o melhor na opinião de vcs e pq?

sábado, 25 de outubro de 2008

PAVOR DA SOLIDÃO

Falar de solidão é complicado, pode ser encarado por um lado positivo ou negativo. Particularmente prefiro encarar sempre pelo lado positivo, sou totalmente defensor do velho ditado "antes só do que mal acompanhado", por isso tenho mta dificuldade em compreender pq algumas pessoas tem verdadeiro pavor da solidão, e pra ñ se sentirem solitárias são capazes de cometer verdadeiros absurdos. Conheço mtas pessoas assim q se submetem a relacionamentos mornos, alguns gelados até, por ñ suportar a simples idéia de estarem sozinhos.
Tem o caso de um casal q é nítida a falta de afinidade entre os dois, um tem cultura, é super inteligente, tem o gênio forte, é caseiro, diz ser fiel e parece comandar a relação, enquanto q o outro, cultua o corpo, parece um pouco desprovido de inteligência, ñ se interessa mto por assuntos culturais, é chegado numa balada forte, trai, pede perdão e tudo continua igual.
Outro casal vive um relacionamento desgastante e abusivo. Se agridem física e verbalmente, gritam, esperneiam, quebram coisas, traem-se mutuamente, mas ñ se separam.
Nesses dois casos, será q ambos os casais estão juntos por amor? Não creio, aposto no medo da solidão. Essa idéia fixa q quase todos temos de arranjar um(a) parceiro(a) urgentemente, custe oq custar, ou então morreremos secos, sozinhos, sem ninguém, causa um pânico coletivo nas pessoas. Um pânico tão grande q é capaz de levar alguém a trocar de parceiro todas as noites, sem nenhum critério, como aconteceu com outro conhecido. Ele entrou num desespero tão grande após o término de um relacionamento já conturbado, q saía a procura de sexo e companhia nas noites frias e bem escuras da cidade onde mora, e se submetia a cada ser-humano difícil de acreditar. Tudo isso em troca de um carinho, de um olhar q pra ele significava mto, mas pra outra pessoa era só uma noite, aí nascia o dia e ele caía na dolorida realidade q criara, e qdo vinha a noite começava tudo outra vez. Uma degradação q acredito eu, continua até hj. Se ele é feliz? Se consegue aplacar a solidão com essa rotina noturna? ñ sei, mas desconfio q ñ.
É lógico q é maravilhoso ter alguém do lado dia a dia, ter uma companhia agradável pra todas as horas, poder contar sempre com aquela pessoa, ñ ser apontado como solteirão, encalhado, ter com quem dormir juntinho, saber tudo daquela pessoa, conhecer ela de cor e salteado e todas as delícias e agruras de uma relaçaõ a dois, mas a que preço?
Até qdo suportaremos traições, desilusões, decepções, agressões? Até qdo vamos abrir a mão de tudo oq realmente desejamos? Queremos tanta coisa, sonhamos, idealizamos tanto, esperamos paixão, romance, alguém q acima de tudo nos admire, q venere nosso caráter de forma ponderada mas encantada e no fim cedemos a esse pavor mórbido da solidão. Nos entregamos a paixões fugazes e jogamos nossos ideais no fundo gaveta, e se demorarmos mto pra tirá-los de lá a traça pode comer. Então num determinado momento descobre-se q estamos mais sozinhos do q nunca, embora acompanhados, e essa é a mais cruel e dilacerante solidão, pq está alicerssada sob o medo.
Oq é necessário entender com a máxima urgência é q solidão ñ é e nem precisa ser sinônimo de tristeza, depressão, vc ñ ser uma pessoa interessante, nada disso. Sei de pessoas interessantíssimas q são solitárias, ñ vivem rodeada de amigos nem pretendentes e são felizes, alto-astral, curtem a própria companhia, sabem apreciar o prazer de um bom vinho, preparam aquele prato especial pra matar a própria vontade, reconhecem o valor de assistir um filminho gostoso sem nenhum chato do lado pra botar defeito, viajam sozinhos aproveitam horrores, vão ao teatro, restaurantes, parques, andam de bicicleta, tomam sorvete, riem, choram e se aceitam plenamente assim como são, os solitários, estão por aí aos montes, e esses continuam firmes, com seus ideais, sonhando, a procura de paixões intensas, profundas, romances duradouros como diamantes. E enquanto ñ encontram ñ se desesperam pq sabem q são bons demais pra algumas pessoas e o único pavor q sentem é de perder o amor-próprio, isto sim, a pior das tragédias.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

LAÇOS DE SANGUE VERSUS LAÇOS DE AMOR

Não é uma questão de escolha, ou vc ama ou ñ ama, a única coisa absolutamente imprescindível é o cultivo. Cultiva-se plantas, flores e amores, esse talvez o mais importante. Tem pessoas q ñ gostam de plantas, nem flores (poucos acredito eu), mas sem amor quem consegue viver?
Falo de um amor maior, universal, transcedental, incondicional. Um amor q nada tem a ver com romance, namoro, sexo. Um amor mais forte q os laços sangüíneos, pq a biologia ñ influi em nada os nossos sentimentos.
Ama-se a mãe ñ por que ela ela te gerou, (afinal vc nem tinha consciência de q estava vivo nesse período), mas pq ela te alimentou, te deu banho, carinho, contou histórias, deu beijo antes de dormir, te levou no parquinho, aliviou suas dores (de barriga, ouvido, dente), te vestiu com as melhores roupas, se preocupou com seus estudos, com a formação de seu caráter e com sua felicidade. Cultivou dia a dia um amor incondicional.
Ama-se um pai pela força e a ternura q ele consegue transmitir através de atitudes dignas, honestas e claras. Por aquele braço forte q te pegou e colocou na "cacunda" brincando de cavalinho, pelos presentes trazidos daquela viagem, ñ pelos presentes em si, mas sim pela lembrança. Ama-se um pai qdo ele ñ demonstra vergonha em deixar as lágrimas caírem e assume q apesar de ser o chefe da casa é frágil e tbm fraqueja de vez em qdo, e ainda assim com todas as suas fraquezas parece um herói pra vc, vc sente orgulho em chamar esse homem de pai. Ama-se um pai qdo ele aceita vc do jeito q é, ñ impõe suas vontades, mas sim analisa, pondera e compreende q o filho eh um ser humano e ñ um boneco de argila moldado segundo seus próprios desejos. Cultiva assim um amor mtas vezes frágil e delicado, mas q pode tornar-se forte e denso por toda uma vida.
O amor pelos primos surge de uma convivência desde a infância, regada a mamadeiras, brigas por brinquedos, choros, implicâncias, descobertas mil, estende-se pela adolescência, onde os laços se intensificam, aí aparecem os segredinhos, namoricos, baladas, primeiros porres, primeiras decepções e frustrações compartilhadas, lágrimas e soluços amparados por um abraço afetuoso repleto de um amor q durará pra sempre, pois foi cultivado pelas lembranças mais ternas.
E assim é com tios, avós, irmãos e todos q são sangue do nosso sangue. Não adianta ser parente, é preciso estar presente de alguma forma, fazer-se presente, ter o forte desejo de disseminar o carinho, o afeto, a ternura no coração de quem vc quer q o ame. Se ñ pode estar por perto todo o tempo ou só de tempos em tempos, telefone, mande carta, e-mail, postal. Demonstre q vc quer mto aquele amor e q tem mto amor pra dar. Mas faça isso logo, antes q seja tarde demais.
Os amores da minha vida sempre foram intensos, e verdadeiros, mas nem sempre tive a sorte de ser cultivado por eles, por alguns sofri, por outros nem tanto. Tive uma infância solitária, meus únicos amores eram meu pai e minha mãe e ñ demorou mto pra q desconfiasse desse amor de pai. Era uma relação delicada, complicada, estranha até. Um pai sentir ciúme do filho com a própria mãe, no mínimo um sinal de loucura, demência ou qualquer coisa do tipo.
Sim, tive o braço forte me colocando na "cacunda" pra brincar de cavalinho, mas ñ tive o homem firme e terno de atitudes dignas e honestas, tive os presentes, mas ñ tive o herói, aquele pelo qual me orgulhar, ñ tive o pai q me aceitou do jeito q eu era. O cordão q era frágil se arrebentou. O q no início era uma desconfiança hoje é uma certeza, posso sentir pena, carinho, um tantinho de afeto, mas amor...
Temos o mesmo sangue e pra mim isso ñ significa nada.
Primos, tenho aos montes, tios tbm. O que sinto por eles? qualquer coisa, menos amor, simplesmente pq eles ñ me cultivaram, o sangue ñ sente nada, apenas corre pelas veias, enquanto o coração pulsa frenéticamente, sentindo quem de verdade nos ama e retribui a altura.
Amei e amo profundamente pessoas q encontrei pela vida e que ñ tem nem sequer uma gota do meu sangue, essas me proporcionaram momentos de intensa alegria, ternura e amor. Um amor q ñ se escolhe nem se impõe, simplesmente florece, regado por afeto, atenção, cumplicidade, interesse e uma vontade enorme de estar junto mesmo a quilômetros de distância.

sábado, 18 de outubro de 2008

REENCONTRO


Para Pablo

Saudade, era isso q eu estava sentindo qdo comecei a imaginar como seria se um dia nos reencontrássemos. Teríamos mto pra conversar. Qdo fui embora, éramos apenas dois garotos, passado algum tempo, hoje somos homens, mas sinto q algum resquício de pureza ainda persiste em nossos corações. Não conseguíamos entender o q nos fazia tão iguais e tínhamos medo de assumir q éramos tão intimamente diferente dos outros, por isso fingíamos sentir o q ñ sentíamos. Sorríamos do que ñ achávamos graça e ñ conseguíamos expressar em palavras o q transbordava dos nossos olhos.
Agora maduros, nos libertamos das amarras do preconceito e da recriminação. Seremos o q tivermos de ser, falaremos o q quisermos falar e faremos o q der vontade de fazer. Vou contar-te todos os meus segredos e desvendar os seus mistérios. Seremos transparentes um para o outro, e correndo na beira do mar com os pés encharcados pela água morna, os olhos à brilhar refletindo o azul do céu, os corpos levemente úmidos pelo suave calor q inva de a pele dourada e garaglhando até perder o sentido, entoaremos o mantra da felicidade.
Seremos contagiosos. Ninguém resistirá a nossa alegria de viver.
Dividiremos tbm nossas tristezas. Choraremos juntos para ficarmos mais fortalecidos. Seria tão bom vê-lo novamente. Sentir-me compreendido, poder revelar a verdade q há dentro de mim e q por tanto tempo ficou escondida. É tão triste ñ poder transformar em palavras o q grita o coração.
Só qdo nos reencontrarmos serei inteiramente eu e quero q ñ me escondas nada. Já estou saturado de pessoas hipócritas, pedantes e superficiais.
Experimentaremos o doce de nossas vidas, ñ teremos vergonha, medo nem constrangimento.
Por fim, empapussados das mais ternas sensações nos envolveremos num caloroso e demorado abraço, sentiremos nossos corações pulsando desesperadamente e descobriremos q o sonho sempre acaba, por mais real q possa parecer ele sempre acaba.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A BAILARINA ENVIDRAÇADA E O MALABARISTA PRATEADO

Eram de mundos completamente opostos. Íngrid, no alto de seus 15 anos era dona de uma pele tão alva que se ñ fosse seus lisos cabelos castanhos claro até os ombros e os olhos profundamente negros, passaria despercebida pelos outros tamanha a brancura de sua tez, quase transparente. Zé Luís tinha um ano a mais, 16. Loiro, de olhos azuis, era franzino, muito magro mesmo e tinha a pele bastante castigada pelo sol, o que o deixava com um tom meio rosado.
Os dois se viam todas as semanas, pelo menos 3 vezes, mas nunca trocaram palavra, apenas olhares de encantamento e admiração. Ela, uma exímia bailarina, filha de pais mto ricos, nascida em berço de ouro, cercada de todo mimo e luxo que podia existir, super protegida ao extremo como se fosse uma boneca de louça. O motorista levava e buscava-a em todos os lugares, inclusive ás aulas de ballet, todas as segundas, quartas e sextas. A escola ficava num prédio todo envidraçado e altíssimo, as aulas eram no terceiro andar e dali Íngrid tinha uma visão panorâmica de toda a movimentada rua.
Ele, nasceu e se criou em meio a toda a marginalidade de uma das favelas mais perigosas da cidade e começou a ser explorado pelos pais desde mto pequeno. Depois de algum tempo oferecendo balas e doces nos sinais de trânsito, decidiu aprender algo q realmente pudesse chamar a atenção das pessoas, assim tornou-se um malabarista excepcional. Aos 11 anos engrossava a renda da família com seus belíssimos malabares e atualmente havia incrementado sua performance cobrindo a rosada pele com uma tinta prateada, dos pés a cabeça.
Num dia qualquer, enquanto olhava distraída através da vidraça, Íngrid reparou em um brilho q ofuscava sua visão com movimentos ágeis e sincronizados, colocou uma das mãos sob a testa pra tapar o reflexo do sol e conseguir enxergar melhor. Naquele dia descobriu o malabarista prateado, ficou dispersa por alguns minutos admirando a dança brilhante q o malabarista fazia com as mãos e os braços de uma forma quase mágica.
Foi tbm num dia comum como tantos outros que Zé Luís ficou paralisado ao reparar na beleza delicada e graciosa da bailarina envidraçada, sua roupa tinha um tom de rosa esmaecido profundamente agradável e seu corpo fino parecia uma pluma levada por uma brisa suave de um lado para o outro em passos q ele ñ entendia, mas q amava observar á distância como um telespectador secreto e encantado.
Essa admiração mútua, distante e silenciosa durou alguns meses. Íngrid começava então a sentir uma enorme vontade de chegar perto, de falar e tocar no malabarista prateado. Zé Luís tbm passava a sentir a mesma necessidade, de ouvir a voz, sentir o perfume e o toque de sua bailarina envidraçado. Demorou pouco pra entenderem q estavam sentindo pela primeira vez, o amor, e embora mto jovens, entendiam tbm q existia um abismo imenso entre eles e pela pouca idade q tinham era um abismo quase intransponível, pois ñ eram fortes o suficientes para brigar por esse amor e além do mais quem disse q o sentimento q nutriam era recíproco?
Íngrid passou a acreditar q parecia boba, infantil, fútil e mimada demais aos olhos do malabarista prateado, pois ele era tão independente, trabalhador, forte, esperto e devia achá-la uma dondaca inútil. Zé Luís pensava ser tão insignificante perante tudo o que sua bailarina envidraçada representava: luxo, elegância, inteligência, beleza, uma verdadeira princesa, q jamais ousaria imaginar q algum dia ela o veria com outros olhos.
E assim, mesmo completamente apaixonados, Íngrid e Zé Luís sucumbiram aos preconceitos sociais e silenciaram ao primeiro amor q sentiram na vida, ñ descobriram nem seus nomes e qdo recordam o passado lembram apenas q amaram uma bailarina envidraçada e um malabarista prateado.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CHARME E BELEZA

" O charme é mais importante que a beleza. Quando você envelhece a beleza pode acabar, mas o charme não acaba nunca, ele acompanha você até o fim". É mais ou menos isso q diz a personagem de Audrey Tautou para seu tímido e desajeitado admirador qdo ele se surpreende ao ouvi-la elogiar seu charme, no fofo e divertido filme Amar... não tem preço.
Eu concordo plenamente. A beleza eh efêmera e vazia se ñ vier mto bem acompanhada de inteligência, simpatia, generosidade, elegância e uma boa dose de charme. O tempo é cruel e devastador com aqueles q tem como única qualidade a beleza física, vc pode puxar por todos os lados, ele ñ perdoa mesmo. Agora, uma pessoa charmosa é praticamente irresistível. Graças a Deus q o dom de ser charmoso ñ depende da genética, tem mais a ver com postura, uma postura natural, leve, de bom gosto e um toque de sofisticação diante da vida.
Conheço pessoas belíssimas q enchem os olhos de qualquer cristão, mas qdo abrem a boca quase me levam as lágrimas, de tristeza, desespero, angústia ou horror. Como podem ser tão banais, vazias, fúteis, inúteis e ao mesmo tempo pretensiosas, arrogantes e acharem q estão "abafando"?
Em contrapartida, os charmosos "abafam" de verdade, em qualquer lugar q aparecem causam um certo frisson, são em sua maioria interessantes, cultos, divertidos e uma companhia deliciosa.
O charme ñ se defini em uma coisa só, tem várias nuances, pode estar num sorriso, num jeito de olhar profundo ou misterioso, no jeito q o cabelo é penteado pro lado ou como balança ao sabor do vento. Pode ser uma voz macia, suave, um caminhar delicado ou firme, o jeito como se mastiga, como se saboreia uma bebida. São inúmeros matizes, e qdo uma única pessoa consegue reunir todos eles, aí realmente fica difícil ñ babar.
Velhos são charmosos qdo preservam suas rugas com elegância e dignidade, qdo sorriem e a luz de seus sorrisos iluminam a face marcada pelo tempo. Gordos são charmosos qdo dançam sem vergonha do q as línguas maldosas vão comentar, qdo contam piadas q faz todos gargalharem e qdo se amam tão profundamente q ñ faz a mínima diferença o q os outros pensam a respeito das gordurinhas a mais q eles preservam com tanto carinho. "Nerds" são charmosos qdo explicam as equações e fórmulas mais absurdas para nossas pobres cabecinhas como se tivessem fazendo um sanduíche ou qdo ajeitam o óculos daquele jeito todo desengonçado.
É isso, o charme está ao alcance de todos, mas nem todos conseguem se apropriar dele. Tbm está mto nos olhos de qm vê, oq é charmoso pra mim pode ñ ser charmoso pra vc, mas isso já é uma outra história.
A questão é: vc prefere ser charmoso ou bonito? Se for os dois vc eh quase perfeito, está com a faca e o queijo na mão, vá em frente o mundo eh todo seu.
Se for apenas bonito, sinto mto, seus dias estão contados, embora vc pense q eh o máximo e ainda demore um pouquinho pra se dar conta disso.
Agora, se for charmoso, parabéns. Saiba usar seu charme da melhor maneira q puder, seduza as pessoas, agarre todas as oportunidades e abocanhe a vida com todos os dentes espalhando esse brilho reluzente q vc deixa por onde passa.

MAIS UMA DA MARTHA

Quero deixar registrado mais uma crônica que achei o máximo, da maravilhosa Martha Medeiros:


Temos escolha

No interessante livro HOMEM LENTO, de J.M. Coetzee, há uma passagem que me marcou. É um confronto verbal entre o personagem principal do livro, um homem de mais de 60 anos que teve uma perna amputada depois de um acidente de bicicleta, e um garoto adolescente. Ambos estão no sombrio e decadente aparatamento do velho, que resmunga: "Eu fui ultrapassado pelo tempo. Este apartamento e tudo o que existe dentro dele foi ultrapassado pelo tempo". O garoto pergunta se ele não gosta de coisas novas. O velho (que nem é tão velho) responde: "Isso tudo um dia foi novo. Tudo no mundo um dia foi novo. Até eu fui novo. Na hora em que nasci, eu era a coisa mais moderna da face da terra".
Nada é tão moderno quanto nós ao nascermos. Sublinhei.
Prosseguindo o diálogo, o garoto então comenta, como quem não quer nada, que um dia foi visitar o avô para mostrar como funcionava um computador. O avô era bem velho e também tinha sido ultrapassado pelo tempo. Hoje fazia compras pela internet, enviava e-mails, recebia fotos.
"E daí?", pergunta o mal-humorado sem perna.
"Daí que dá pra escolher".
Eis uma frase, uma verdade, um verso: dá pra escolher. Todo dia, ao levantar da cama, eu procuro me lembrar: dá pra escolher. Nem eu nem você estamos jogados ao léu, nas mãos do destino. Não temos controle sobre tudo, mas dá pra escolher entre ter amigos ou viver recluso, dá pra escolher entre privilegiar um amor ou ter vários casos superficiais, dá pra escolher entre participar ativamente de um projeto que alavanque nosso bem-estar ou ficar de fora apenas criticando, dá pra escolher entre se refugiar num lugar tranqüilo ou aprender a lidar com o stress urbano, dá pra escolher entre levar a vida com bom-humor ou levar a vida na ponta da faca.
Tudo é uma escolha, inclusive ser velho ou ser jovem, e isto não se resolve apenas numa clínica de estética. Todas as nossas escolhas passam pelo estado de espírito. É ele que vai determinar se vamos viver uma vida mais simples ou mais complicada, mais solitária ou mais social, mais produtiva ou mais lerda. Dá pra escolher entre ser carnívoro ou vegetariano, entre fumar ou não, entre correr na praia ou ficar um pouco mais na cama, entre jogar paciência ou ler um livro, entre amores serenos ou amores turbulentos. Se a escolha será acertada, aí já é outro assunto, o futuro vai dizer. Pensando bem, acertos e erros nem estão em pauta aqui. O que importa é ter consciência de que ficar sentado esperando que a vida escolha por nós não é uma opção confortável como parece. Descansados da silva, vem o tempo e crau: nos ultrapassa.

É ou ñ é a mais pura verdade?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

AQUELE TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS

Para Fernanda e Amanda

Nos primeiros dias, semanas e meses foi difícil, doloroso até, a saudade era cortante, tantos momentos compartilhados e de repente, tudo tinha chegado ao fim. Restava então, apenas as lembranças. Lembranças de sorrisos, gargalhadas, olhares maliciosos q diziam tudo qdo ñ podíamos verbalizar, gestos e sinais q só nós entendíamos, os palavrões mais cabeludos q a gente só falava dentro de casa, ou em público, mas bem baixinho pra ñ escandalizar aqueles q achavam q éramos puros e inocentes (hahahahaha). E como era bom falar aqueles palavrões né? As festinhas dadas no quintal de casa; as pizzarias; os barzinhos; os videokês; as reuniões nas casas de amigos, alguns q nem eram tão amigos assim, mas a gente aproveitava o momento e mtas vezes ainda saía falando mal e tirando sarro dos anfitriões (q uó!!!!!). Os telefonemas pra ficar só falando besteira; os momentos mais intimistas qdo ficamos só os três ouvindo música deprê ou assistindo um filme no video-cassete (ainda ñ existia o dvd), depois comíamos aquele struddel maravilhoso de frango ou presunto e queijo, e eu parecendo um esfomeado; as danças enlouquecidas ao som do abba no meio da sala. Os apertões; os abraços; os carinhos nem sempre demonstrados fisicamente, mas por um gesto, um olhar, uma palavra doce. O ciúme dos namorados q ñ suportavam uma amizade tão escancaradamente íntima (eles nunca entenderiam); a cumplicidade silenciosa; as sessões de cinema; as opiniões sobre roupas, sapatos, cortes de cabelo; o consolo pela dor de um amor ñ correspondido; os casamentos; o senso de humor ácido e irônico q nos era tão peculiar e até as discussões, quase sempre sem mta importância.
São mtas lembranças. Toneladas de recordações e uma saudade q o tempo foi cicatrizando aos poucos, mas q em determinados momentos lateja, ñ deixando esquecer q as cicatrizes são eternas, assim como a própria saudade q neste exato momento lateja, lateja, lateja...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

NOITE

Depois de um calor abrasador. Uma verdadeira sauna ao ar livre. Caiu a chuva mansa e lenta. Poucas horas depois, o dia sufocante deu lugar a noite fresca e límpida. Era simplesmente delicioso sair na rua e sentir aquele perfume indescritível, proveniente das folhas das árvores q balançam levemente ao sabor do vento suave q chega depois de um dia com tantas variações de temperatura, e o cheiro do asfalto misturado com a terra molhada, parecia q o céu se despia e as estrelas abriam um sorriso largo abençoando a cidade depois de mais um dia infernal. E a noite convidava. Convidava a caminhar, pura e simplesmente, apreciando seu prefume inebriante, convidava a tomar um choppe no barzinho da esquina; a sentar no banco da praça; a dançar sob a luz do luar; a fazer um luau; a namorar tendo apenas as estrelas por testemunha; à sonhar, fechar os olhos suavemente, aguçar todos os sentidos, deixar a brisa acariciar a pele vastamente e esquecer de tudo de ruim q existe, lembrar q a natureza eh sábia e poderosa e nos proporciona prazeres tão simples e magníficos como esse, uma noite recompensadora depois de dias tão insuportavelmente quentes.
Nessa noite consegui entender com mais clareza pq me considero um ser noturno, ñ tem nada a ver com ser punk, gótico, depressivo ou coisas desse tipo, tem mais a ver com ser romântico, sonhador. A noite proporciona várias possibilidades. Liberdade, inspiração, paixões, beijos, esperanças.
Liberdade de ser quem vc realmente eh. Quem ñ tem medo de críticas e julgamentos e tá se lixando para o que os outros vão pensar ou falar, eh oq eh nas 24 horas do dia e eh mto mais feliz e realizado assim. Mas para aqueles q ainda ñ entenderam o poder maravilhoso q exercem os q pisam e passam por cima de toda e qualquer hipocrisia humana, a noite eh a única forma de se libertar e tirar a máscara colocada até o sol se pôr.
Inspiração pra compôr uma música, escrever um poema, pintar um quadro, esculpir. A arte em geral vem com mais força e delírio qdo a noite cai.
Paixões, secretas, escancaradas, misteriosas, tranquilas, voluptuosas, efêmeras em qualquer forma e intensidade brotam no escuro, de noite.
Beijos roubados, consentidos, lentos, de tirar o fôlego, sempre em sua maioria, pelo menos os mais gostosos são dados sob a luz da lua, debaixo de um céu estrelado. É assim q descrevem a maioria dos livros, filmes e novelas.
E a esperança de viver tudo isso intensamente parece q fica mais forte qdo a noite chega e todos parecemos tão iguais diante do mundo pq a noite é mágica e se torna fada-madrinha de todas as cinderelas, sejam homens ou mulheres, q acreditam q o amor um dia chegará.
À noite todos os gatos são pardos.
À noite tudo pode acontecer.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A CRÔNICA

Lendo uma crônica de Martha Medeiros, uma de minhas escritoras-cronistas preferidas, entendi mais uma vez pq sou tão fascinado por ela. Martha eh simples e profundo, escreve de forma clara e extremamente tocante. Gosto qdo ela disserta sobre relações humanas e coisas do coração, qdo fala de tudo q nos sufoco, angustia e faz a gente se arrepiar de emoção, mas até falando de coisas mais amenas Martha eh The Best. Claro q ñ concordo cegamente com tudo oq ela escreve pq ñ sou seguidor de Martha Medeiros e sim um fã ardoroso e qdo ñ gosto de alguma coisa dela apenas comento baixinho comigo mesmo 'hoje eu ñ gostei Martha', como se fosse uma amiga íntima da qual a gente concorda ou discorda nos assuntos qdo se bata um papo descontraído. Martha Medeiros eh assim, tem o dom de fazer seus leitores sentirem-se como se fossem amigos mto próximos e atinge a alma de cada um como se fosse uma sábia poderosa, no entanto demonstra o tempo todo por meio de suas crônicas e entrevistas q ñ eh nada disso, eh simplesmente alguém mto culta e inteligente completamente apaixonada pelo q faz e faz mto bem. Ainda assim, pra mim, Martha Medeiros tem um quê de divindade, talvez seja pelo fato de ela ter uma profissão tão maravilhosa, ser tudo oq eu qria ser em termos profissionais, ela me passa a impressão de ser completa e realizada. Parodiando o filme com John Malkovich, "Quero ser Martha Medeiros". Sempre pensei q se um dia topasse com ela em algum lugares teria um frenesí de emoção e ñ iria parar de falar o qto sou seu fã, mas um belo dia encontrei com ela em uma livraria e tremi na base, fiquei me contorcendo por dentro criando coragem pra ir cumprimentá-la mas ñ consegui, a timidez e o pavor de parecer um bobalhão na frente dela foram mais fortes do q eu en tão fiquei ali sentado com um livro na mão vendo a oportunidade escapar, foi uma sensação tão estranha ver uma pessoa q parece tão íntima de vc mas ter medo de chegar perto pq sabe q ela nem sonha com a sua existência, mas tudo bem deixei escapulir a chance de q ela ficasse sabendo q eu existo, mais um fã apaixonado. Quem sabe na próxima. Toda essa longa introdução eh pra deixar registrado aqui uma das mais recentes crônicas da Martha q me encantou. Segue abaixo.


O sempre no nunca

Vivemos num mundo de variados prazeres mundanos, sensoriais, transcendentais, mas poucos são tão valiosos qto ler um livro bom. O que vem a ser tal coisa? Cada um tem seu conceito sobre livro bom. Os meus livros bons são aqueles em q eu ñ consigo parar de sublinhar trechos. É aquele q me faz ter vontade de voltar logo pra casa e me enfiar na cama com ele. É o livro q já começa a me dar saudades antes mesmo de acabá-lo. E qdo termino, em vez de pegar outro, qro começar a lê-lo outra vez. FANTASMA SAI DE CENA, de Philip Roth, ñ foi pra mim um livro bom, foi fora de série. O que escolher para ler em seguida e ñ deixar o êxtase se esvair? Peguei A ELEGÂNCIA DO OURIÇO, da francesa Muriel Barbery. Não chega a ser um Roth, mas eh um livro especial.
Duas narradoras q moram num mesmo prédio elegante de Paris: uma é a zeladora, q eh culta, mas para os inquilinos se faz de ignorante, pq eh isso q os esnobes q moram esperam de uma zeladora (são impagáveis os momentos em q ela se esforça para falar errado de propósito, pra ñ dar pinta da sua erudição), e a outra eh uma espertíssima menina de 12 anos, filha de um deputado e de uma dondoca, e despreza o universo fútil em q vive. Em algum momento, claro, essas duas avis raras q habitam o mesmo endereço francês irão se cruzar, mas , até lá, nos oferecem uma narrativa deliciosa, cada qual na sua. Quando finalmente se encontram na história, bom, aí fazem a festa do leitor.
É um livro filosófico, inteligente e engraçado. Ddesconstrói certas verdades estabelecidas e, de lambuja, ainda reserva um pouco de poesia nas últimas páginas. Ou muita poesia. Diante da dor dilacerante, o que buscar? O belo. Diante do impossível, diante de uma vida inútil, diante daquilo q ñ aconteceu nem acontecerá, o que nos compensará? Um único instante sublime. Em todo "não", há um filete de "sim". Em toda descrença, há uma possibilidade de certeza. é o que a autora chama, no livro, de "o sempre no nunca". Basta a lembrança de um piano q tocava em determinado momento de angústia, basta um pedaço de pano colorido q se destacou na hora de reunir as roupas de morto, basta uma frase especial de uma amiga qdo a noite prometia ser um suplício, e a nossa desilusão eterna se atenua. Para a maioria das pessoas, os dias correm e parece q os sonhos nunca se realizarão. Nunca. Mas em meio a esse nunca, há de ter um pedacinho afetivo de sempre. Aquela lembrança, aquela foto, aquela música, aquele instante q ficou alheio ao tempo, imortal. O sempre no nunca. Há em tudo, basta um pouco de doçura para reconhêce-lo.


Isso eh Martha Medeiros. Não preciso dizer mais nada né.

Obs.: A crônica COCA-COLA COM LIMÃO E GELO de minha autoria eh bastante parecida com esta da Martha, mas ñ eh uma cópia viu, foi apenas uma coinscidência. Quem sabe um dia eu chegue aos pés dela, hehehehehehe...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

COCA-COLA COM LIMÃO E GELO

A vida eh feita de pequenos e grandes momentos. Os grandes momentos são óbviamente lembrados com frequência e grande empolgação por quem os viveu mas hoje eu quero falar de pequenos momentos, aqueles q mtas vezes parecem insignificantes e passam despercebidos aos olhos da maioria mas tornam-se marcantes e inesquecíveis pra qm sente saudade e tem a sensibilidade à flor da pele. Pequenos momentos significam mto para aqueles q entendem q uma vida eh construída de pedacinhos, como um enorme quebra-cabeças com inúmeras e minúsculas peças, todas indispensáveis para q a imagem fique perfeita. Nenhum momento da vida eh completamente insignificante ou dispensável, mesmo aqueles q parecem ser. Tudo contribui pra formar nossa identidade, nossa personalidade, aquilo q somos por dentro e se reflete por fora. Pode ser marcante um desenho da infância; um bicho de pelúcia ou outro brinquedo qualquer; uma comida; uma peça de roupa; um sorriso recebido na hora certa, de alegria, de flerte ou cumplicidade; uma dança com alguém especial ou sozinho mesmo, ñ tem nada melhor do q dançar qdo se está feliz e ñ importa o jeito, pode ser desengonçado, correto ou exímio dançarino, esses momentos costumam ser sempre inesquecíveis qdo vc tira os pés do chão e nem se importa com quem estah olhando, se eh q tem alguém olhando, a menos q vc esteja em um concurso de dança, aí já são outros "quinhentos", um concurso de dança eh um momento inesquecível mas eh um grande momento e ainda ñ acabei de listar apenas os pequenos momentos q eh o ponto chave desta crônica. Um filme pode ser marcante, pela história ou pelo momento e a companhia com qm se assiste, um amor ou uma turma de amigos, tudo depende do estado de espírito, até mesmo sozinho se pode ver um filme e aquele pequeno momento de introspecção e solidão tornar-se marcante pra vc. A lembrancinha de uma viagem; um afago no rosto; a mão enxugando suas lágrimas qdo vc ñ conseguia parar de chorar; o convite pra uma balada q vc qria mto ir mas ñ tinha um centavo no bolso; aquela música q vc nunca mais ouviu; a foto amarelada guardada há anos tirada num barzinho q vc foi qdo fez aquela excursão pra uma cidade histórica no interior de Alagoas chamada Xingó e onde conheceu o Alexandre, aquele amigo incrível q tinha tudo a ver com vc e ali aconteceu um dos pequenos momentos mais marcantes e inesquecíveis.
O Alexandre q era quatro anos mais velho, portanto um pouquinho mais experiente, pediu uma coca-cola com limão e gelo e vc com apenas 15 anos, no auge de sua inocente e implacável adolescência achou o máximo por nunca ter visto ninguém tomar coca com limão e gelo, e ficou encantado e admirado, pensando como aquele cara legal era inteligente e interessante e culto e seu mais novo amigo, o amigo q vc esperou durante tanto tempo e q agora estava ali na sua frente tomando coca-cola com limão e gelo e te ensinando sem saber q era super gostoso, e vc pensou q poderia aprender mto mais coisas, tão legais qto essa e foi feliz, foi mto feliz, foi escandalosamente feliz naquele momento. Um pequeno e insignificante momento, pra todos aqueles q estavam a sua volta na mesa, ñ pra vc. Pra vc foi a descoberta de um amor profundo, baseado numa amizade pura e verdadeira e de q ficou mto tempo sem saber o qto eh gostoso coca-cola com limão e gelo.

domingo, 28 de setembro de 2008

CONCERTO DA PRIMAVERA

Foi hoje ás 11:00 da manhã no jd. Botânico. Sob um céu azul claro, o sol deliciosamente quente, deitado sobre a grama fresca com a cabeça recostada no colo de minha mãe, estávamos lá, só eu e ela em meio a um monte de gente, mas ao som de uma das mais maravilhosas orquestras do estado, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), era como se só houvesse nós dois ali, eu e minha mãe, juntos, cada um com suas dores, lembranças e tristezas, sentindo a música pulsar no coração, deixando o pensamento solto, levitando a cada acorde dos violinos. Mágico. Por uma hora estive em outra dimensão ou existe mistura mais perfeita q música e natureza pra fazer vc viajar. Diante de um cenário tão maravilhoso foi como se tudo de ruim se dissipasse, mágoas, rancores, desilusões. Foi um momento tão íntimo e tão completo, um momento único q me fez sentir piedade daqueles pobres de espírito q ñ sabem e/ou ñ conseguem usufruir de um momento tão especial. A arte cura, e eh por isso q procuro desesperadamente estar sempre próximo de todas as suas mais diversificadas formas. Preciso deseperadamente da cura.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

SOBRE MAMMA MIA - O FILME

Certos filmes parecem q são produzidos pra nos fazer sonhar. Pra nos arrancar de uma realidade amarga, sem graça, sem cor e nos jogar num universo de fantasia e festa. Mamma Mia eh assim, baseado em uma peça da broddway de grande sucesso recheada de canções do grande hit da década de 70, o grupo abba. O filme me fez rir de gargalhar e chorar de soluçar. Pra qm gosta de musical eh uma boa pedida, qm gosta do abba vai adorar, agora, qm gosta de musical e de abba como eu vai delirar. Na verdade ñ sou assim tão fã de musicais, ñ eh meu gênero preferido mas gosto, assim como gostei de Moullin Rouge, Chicago e De-Lovelly. Acontece q Mamma Mia eh especial, pra mim teve um significado especial, um gosto de qro mais, um sabor de festa. Teva momentos em q quis pular da cadeira e sair dançando no meio cinema, em outros me encolhi e fiquei arrepiado de emoção sentindo as lágrimas correrem pelo meu rosto, eu acho q eh esse o sabor especial q o filme tem, o de misturas emoções tão profundas e nem sempre opostas como o riso e choro. As canções q mais mexeram comigo foram: Chiquitita, numa performance engraçadíssima e emocionante das atrizes em cena; Dancing queen (minha preferida), onde eu qria gritar e extravasar cada vez q ela tocava; I have a dream, meiga e delicada como um sonho suave; The winner takes it all, pra destruir com aqueles q perderam um grande amor e finalmente Mamma mia, pra soltar a franga geral. Sem falar no elenco maravilhoso composto por astros jovens e maduros como a fabulosa Maryl Streep (O diabo veste prada), o charmosérrimo Pierce Brosnan (007-Contra goldeneye/O amanhã nunca morre/O mundo ñ eh o bastante), o fofo Colin Firth (O diário de Bridget Jonnes/Bridget Jonnes-No limite da razão) e a novata Amanda Seyfried, uma atriz mto graciosa. E o cenário arrebator da Grécia com uma fotografia impecável inebriava meus olhos cada vez q aparecia aquele mar azul-turqueza q só existe lá, nos mares gregos. Enfim, um filminho bem água com açúcar, mas perfeito pra qm precisa lavar a alma impregnada das amarguras da vida, de uma vida inssossa onde tudo parece superficial e efêmero, onde as relações são fugazes e artificiais mesmo q vc lute ferozmente para mantê-las consistentes e duradouras. Pelo menos no cinema vc sabe q a fantasia vai durar mais ou menos duas horas, mas na vida nunca se sabe o tempo exato. Saí do cinema em estado de encantamento e frenesí.

SOBRE MIM

Andei triste, decepcionado e revoltado esses últimos dias. Tinha até decidido radicalizar e ñ escrever mais, acabar com o blog, com o orkut, msn e afins q nos dão uma falsa sensação de estarmos inseridos num grupo de amigos e pessoas q nos são queridas, mas eh apenas uma falsa sensação. Raro algumas exceções, definitivamente ñ somos amigos verdadeiros de todos q estão adicionados no nosso orkut ou no msn, todos aqueles nomes e fotinhos são apenas números para q nos sintamos populares e requisitado. Mas deixando de lado as lamentações inúteis estou aqui pra dizer q ñ vou acabar com nada, o blog eh uma das poucas coisas q me dá grande prazer, qm o visita de vez em qdo já deve saber da minha paixão pela escrita, do qto me eh essencial esse hobbie q um dia espero se torne um ofício. O orkut vai continuar lá, do jeitinho q estah, vou entrar com menos assiduidade pq ele me toma mto tempo e qro me dedicar a coisas mais proveitosas na internet e ñ adicionarei mais ninguém com qm ñ queira ter um contato mais profundo, vou priorizar mais a qualidade e ñ a quantidade como mtos fazem. Quem tem de verdade 400 amigos? eu ñ tenho e com certeza vc tbm ñ tem. Meu msn estava cheio de adicionados desconhecidos com qm entrava em contato através da sala de bate-papo, eles ñ me acrescentavam em nada só esperavam ver um rostinho bonito e nem sempre gostavam do q viam, assim me deixavam a ver navios e falando sozinho por diversas vezes, exclui todos, bando de imbecis idiotas q nunca vão entender o valor de um sentimento verdadeiro e desinteresado. Deletando de minha vida todos esses amigos virtuais q em nada me acrescentavam, resolvi fazer o mesmo com os amigos reais, de agora em diante serei minha única companhia, meu melhor amigo e com certeza jamais serei magoado por mim mesmo.

domingo, 31 de agosto de 2008

BALANÇO DE FINAL DE MÊS

Hoje é o último dia deste mês, que pra mim particularmente eh mto especial, afinal eh o mês do meu aniversário, mesmo sendo considerado o mês do cachorro louco adooooooro. Afinal, mtas vezes sou o próprio cachorro louco ou melhor, um leão. Um leão forte, feroz, mtas vezes ferido e enlouquecido, q ruge em busca de um pouco de atenção, de carinho, de amor. Ruge pq a ferida eh profunda e dolorosa demais. Mas tbm ruge de alegria, empolgação, qdo sente vontade de sair pra dançar, gritar e gargalhar.
Fiz hoje o exame nacional de ensino médio (enem), com o objetivo de tentar uma vaga no prouni. Foi bastante cansativo, uma prova exaustiva, só espero q tenha valido a pena, preciso voltar a estudar logo, sinto falta de estar em contato de novo com livros, cadernos, canetas, trabalhos, pesquisas, colegas de aula, dá uma sensação tão gostosa, estar aprendendo, adquirindo conhecimento, cultura, convivendo com pessoas diferentes e tbm parecidas com vc. Tudo isso te proporciona um crescimento interior profundo e marcante pro resto da vida.
Agosto foi um mês difícil, como dizem por aí, um mês de vacas magras, dinheirinho contado, mtos problemas pessoais de fundo emocional, aquela vontade de sair pra ver gente, espairecer e a grana curta. Mas finalmente tah acabando e setembro vem aí com tudo, espero iniciar uma fase com novas rotinas diárias e mais disciplina. Quero passar menos tempo na internet, ler mais, cuidar mais da minha espiritualidade, ir mais ao cinema, controlar melhor minhas finanças, dançar mais, fazer mais passeios ao ar livre e visitar antigos amigos q há mto ñ vejo, quero ter um sono mais reparador e me sentir mais saudável.
Eh isso, agosto foi difícil mas valeu a pena, setembro vem aí prometendo mtas mudanças mais internas e gradativas.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

UM CERTO VAZIO...

Essa noite será mais uma daquelas dolorosas, de um vazio quase q inexplicável, uma solidão q vem de mansinho e se instala, ñ pq chegou derrepente mas pq já estava lá, sempre esteve, há mto tempo, quieta, silenciosa, sempre à espreita esperando o momento mais frágil, mais delicado. Vou ligar o som baixinho, me aquecer embaixo das cobertas, recostar meu rosto no travesseiro macio e sentir a face umedecer devagar, sem soluços, sem suspiros profundos, apenas um choro mudo. E pensar q existem tantas pessoas no mundo, pessoas como eu, q sofrem como eu, q choram como eu, q se sentem solitárias como eu e nenhuma delas cruza o meu caminho. Seria tão bom se acontecesse, alguém igual a mim pra partilhar a mesma dor, o mesmo vazio, a mesma necessidade, aí ñ seríamos mais tão solitários, nem infelizes, dividindo as dores subtraímos um certo alívio, como uma carga pesada demais q qdo eh dividida com outro ou outros torna-se mais leve e suportável, então surgiria a alegria. Mas todos com qm me relaciono parecem sempre tão maravilhosamente bem, felizes, realizados, apaixonados. E fica sempre essa incomôda sensação de q só eu ñ consigo achar o caminho das pedras. Ninguém eh igual a mim, mas na verdade ninguém eh igual a ninguém, mas as pessoas, as outras pessoas parecem sempre se encontrar e a mim ninguém encontra, e qdo eu penso q tô quase chegando lá vem a grande decepção, oq importa eh a embalagem ñ o conteúdo, se a embalagem ñ for no mínimo deslumbrante ñ quero mto obrigado. Ninguém tah interessado na essência, mas eh lá na essência de cada um q está oq pode nos transcender ou nos destruir. E assim a vida seguirá, na minha diferença ainda encontrarei minha redenção mesmo q ela me provoque ainda q por mto tempo esse certo vazio. Escrevo em verde pra ñ esquecer q ainda há esperança...

terça-feira, 11 de março de 2008

TALVEZ...

Quem sabe um dia os sonhos ñ se realizem, quem sabe os desejos ñ se concretizem. Talvez os planos dêêm certo. Talvez aquela vaga de emprego seja minha. Talvez eu consiga ir embora dessa cidade. Talvez amanhã ñ chova, talves faça sol.Talvez conquiste aquela bolsa de estudos pela qual sempre batalhei. Talvez acorde de bom humor, talvez triste, talvez tenha vontade de chorar ou simplesmente de gritar pra espantar o desespero. Talvez aquele amigo atenda meu pedido. Talvez receba o telefonema tão esperado. Talvez alguém lembre de mim. Talvez crie coragem pra fugir. Talvez sobre dinheiro. Talvez encontre um amor.





quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

QUANDO TUDO PARECE PERDIDO


Comendo morangos com leite condensado, ouvindo Norah Jones e escrevendo. No momento eh meu remédio para aplacar a tristeza, são 02:54hr da madrugada, cheguei a pouco da casa de um amigo, ele estava feliz pq tinha sido efetivado no emprego, e eu o parabenizei, fiquei feliz por ele mas ñ consegui demonstrar, apenas o abracei fortemente como se estivesse vendo-o pela última vez, como se fosse uma despedida, ás vezes faço isso com quem gosto muito pq a incômoda sensação de derrepente nunca mais poder ver meus amigos queridos, de me afastar deles de uma hora pra outra me acompanha frequentemente. Um dia li em algum lugar que as pessoas que vc ama mto são tiradas de vc depressa demais e isso tem acontecido comigo ao longo da minha caminhada rumo a uma felicidade que ñ alcanço nunca, e as pessoas amadas vão ficando pelo caminho e eu cada vez mais sozinho. Tbm já li em mtos livros q a felicidade eh a gente q faz e q são apenas pequenos momentos de alegria. Será? Pode até ser, mas atualmente nem pequenos momentos de alegria tem feito parte da minha vida e a minha felicidade eh feita de uma matéria q ñ existe perto de onde eu moro, logo a tristeza eh minha companheira mais constante, mas tenho aprendido a lidar bem com ela. Uma vez me disseram que qdo se está triste eh bom ñ fazer nada pra afastar a tristeza mas alimentá-la, deixá-la bem próxima q aí ela se cansa da gente e vai embora mais rápido. Eu ouço Norah jones; Legião Urbana; Adriana Calcanhoto; Elis Regina, leio poemas de amores ñ correspondidos, paixões proibidas, sentimentos dilacerantes, choro, caminho na beira do mar escutando Vento no Litoral e ela ñ vai embora, parece q fica cada vez mais forte e mais presente. A única soluçaõ eh aprender a amá-la, tendo em vista q perdi todos os meus amores quem sabe amando-a, a tristeza tbm ñ se perde pelo caminho. Pela primeira vez ficaria feliz em perder um amor.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

SONHOS E DESEJOS


Minha vida eh cheia de recomeços e hoje eh o início de mais um. Ontem foi meu último dia de trabalho, estou desempregado de novo. Não tenho medo de recomeçar, nunca tive, na verdade até gosto, isso me instiga, não me deixa parar no tempo, estagnar. Mas desta vez, sinceramente, estou desanimado, cansado, exausto. Preciso encontrar forças para ñ fraquejar, o caminho ainda eh longo e eu estou mto longe de conseguir oq desejo. Mas eu quero tantas coisas, e quero tanto,tanto, q chega ser insuportável. Eu quero sentir prazer no meu trabalho, quero produzir pra fazer com q as pessoas sintam prazer. Eu quero caminhar no parque, sentir a brisa no rosto e o sol aquecendo devagar a minha pele. Eu quero amigos q me convidem pra comer uma pizza, q venham a minha casa comer uma tábua de frios com vinho, jogar baralho, jogar conversa fora, assistir dvd, ouvir música, pegar um cineminha, sair pra dançar, beber, perder o fôlego de tanto rir, contar piadas. Eu quero fondues, morangos, sucos de abacaxi. Quero conhecer a Europa, Bonito, Chapada dos Guimarães. Quero reencontrar meu amigo Alexandre, q a tantos anos ñ vejo, nem tenho notícias. Quero tomar banho de mar, de piscina, de espuma, de mangueira. Quero perfumes franceses e italianos. Quero champagne e cerveja, chá e caipirinha. Quero ir a um baile de máscaras, a uma festa á fantasia, ao casamento de um grande amigo. Eu quero ler todos os livros q me façam chorar, q me façam gargalhar, refletir e viajar. Eu quero viajar, muito. Eu quero escrever poesias, novelas, romances. Quero cursar jornalismo, aprender inglês, francês, italiano e espanhol. Quero arroz e feijão, quero salmão. Quero beijos no rosto, na testa, na boca, beijos longos, beijos curtos, lentos, rápidos, afoitos. Quero paixão mas tbm quero amor. Quero sentir o coração acelerado. Quero reencontrar o Pablo, o Ricardo. Quero contar os meus segredos. Quero luxo e quero simplicidade. Quero um york shire. Quero um coelho. Quero uma casa pequena mas aconchegante, toda branca mas com uma parede colorida, quero almofadas no chão e mpb no aparelho de som. Quero suco de laranja natural. Quero ver a neve. Quero pintar o cabelo, colocar lente de contato verde, usar aparelho.Quero assistir todos os filmes da Julia Roberts, da Nicole Kidman, da Sandra Bullock e do Antonio Banderas. Quero assistir todos os filmes do Pedro Almodóvar. Quero ser menos romântico, menos sonhador, menos sentimental. Eu quero ñ me apegar tanto as pessoas, ñ sofrer demais qdo elas partirem, apenas o estritamente necessário. Eu quero vingança, mas ñ vou mover um dedo pra q isso aconteça, mas tbm quero justiça. Eu quero estar na moda mas tbm me vestir como bem entender.Quero sapatos, quero restaurantes finos, quero roupas caras e um jeans surrado. Quero brigadeiro de panela, quero Gramado e Canela. Quero dormir abraçado com um(a) amigo(a). Quero bichos de pelúcia. Quero uma biblioteca com estantes repletas de livros. Quero tomar banho de chuva. Quero água gelada e chocolate quente. Quero tudo isso e muito, muito mais. Quero simplesmente me tornar quem sou.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

UM DIA ESPECIAL


Hoje foi um dia mto bom, fiz coisas q adoro fazer e q ñ fazia a mto tempo. Estava de folga e aproveitei para passar o dia em Porto Alegre, respirar um pouco de civilização e foi ótimo. Peguei o ônibus das 10:00hs cheguei lá às 11:40hs, coincidentemente encontrei um amigo na rodoviária q estava indo no mesmo ônibus q eu, viajamos juntos e qdo chegamos o acompanhei até sua casa para q deixasse as malas e fomos almoçar num restaurante delicioso pertinho da casa dele na Cidade Baixa, q continua maravilhosa como sempre com aquele ar meio europeu q mistura o moderno com o antigo, uma delícia!!!!!! Depois do almoço parti para o shopping Moinhos. Fucei em todos os cds e livros q pude, revirei todas as novidades mas acabei ñ levando nada. Assisti ao filme O Caçador de Pipas e chorei, ñ tanto qto ao ler o livro mas chorei, na verdade foram emoções diferentes, o livro tinha uma riqueza de detalhes q penetra o mais profundo dentro da alma e atordoa deixa a gente pensando durante um bom tempo em qto podemos ser cruéis mesmo sendo bons. Já o filme foi bastante resumido mas ver os atores passando toda a emoção do brilhante texto através do olhar é desconcertante, valeu mto a pena recomendo se ainda ñ leu e ainda ñ viu, leia o livro e assista o filme os dois se complementam é sempre uma grande emoção. Queria ter visto tbm Sexo com Amor, a mais nova estréia do nosso cinema mas infelizmente ñ deu. Ao término da sessão cinema, fui até o quiosque q tem em frente ao shopping tomar o meu estupendo açaí na tigela com granola, aí q delícia!!!!!! tava morrendo de saudade fazia tempo q ñ tomava, esse era um programa q eu sempre fazia com minha amiga Milena na época em q morava lá. Milena q saudade da vc, qria tê-la visto, mas como tirei o dia só pra mim ñ qria procurar ninguém, mesmo queridos amigos. Tomando meu açaí de frente pra aqla paisagem estupenda do Parcão pensei, pra mim isso eh felicidade, um pequeno momento, um momento simples, uma das tantas pequenas coisas q me deixam felizes e infelizmente ñ posso usufruíla sempre q qro. Preciso de tão pouco pra ser feliz e no entanto... Após desgustar meu açaí já no finalzinho da tarde fui a outros shoppings, o Iguatemi e o Bourbon Country, passei um bom tempo em livrarias, fiz um lanche no Mc'Donalds e peguei de volta pra casa o ônibus das 22:30hs. Cheguei exausto, tomei um banho e agora estou aqui comendo amendoim salgado feliz por poder relatar um dia tão agradável. Q se repitam mtos desses durante esse ano de 2008 e durante os próximos tbm. Um pouquinho de felicidade de vez em qdo eh bom.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O MEU AMOR


O meu amor tem asas e pode voar, e vôôu para longe de mim. Ele ñ é um pássaro, uma águia ou um rouxinol, mas é tão livre quanto e por isso ñ está ao meu lado, nem sequer está perto. Sinto q geograficamente estamos mto distantes, ele pode estar em Vitória, São Paulo, Manaus, Belo Horizonte, Paris ou Nova York. Ele ñ é um anjo, mas embala meus sonhos como se fosse. Está longe de ser perfeito mas no momento em q nos encontramos entendi q ele era perfeito pra mim, com todos os seus defeitos. Me apaixonei pela sua doçura, inteligência, beleza e gentileza. Ele sofreu como poucos, uma perda terrível, trágica e eu apareci pra amenizar sua dor. Queria tanto q ficasse ao meu lado, q correspondesse as minhas expectativas, q me olhasse terno e amável como tantas vezes o olhei e q implodisse em minha boca com o favo de seu mel. Queria tantas coisas q ñ tive coragem de dizer. As vezes penso q tudo foi um sonho, q ele nunca existiu de verdade, apenas fruto de minha fértil e romântica imaginação, mas então abro bem os olhos e me convenço de q foi real, provavelmente a mais pura e perfeita realidade q já vivi, como nos sonhos mas sem ser sonho, eh difícil de entender eu sei, pq foi maravilhoso demais!!!!!!!!!!!! Misterioso ele me instigava e fazia minhas fantasias fervilharem, como se sempre houvesse algo mais a descobrir a seu respeito, isso me enlouquecia mais ainda de paixão, uma paixão silenciosa, recolhida, mansa e dilacerante. Chorei por esse amor, insinuei minhas intenções, mas tive medo de perdê-lo pra sempre por isso ñ fui mais longe. Sabia q era um ser q ñ podia sentir-se pressionado ou então escaparia por entre minhas mãos. Fui sutil, calmo e sereno mas ñ adiantou, ele escapou, vôôu para longe de mim. Hoje entendo, ele era um pássaro. Ele era um anjo. Ele tinha asas e podia voar e em sua forma humana extraiu meu coração e levou para junto de si. Não foi um sonho, foi apenas magia, a magia do amor q nunca morre e q cobre nossos atormentados corações com seu lúgubre e macio véu.



















segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

ESCREVER

Olá pessoal!!!!!! Aqui segue uma crônica sobre meu amor pela escrita

Existem poucas coisas na vida, ou quase nada, que eu queira mais do escrever. Escrever para mim sempre foi muito mais q um hobby. Na verdade uma grande paixão. Um fogo ardente queimando permanentemente dentro de mim.
O desejo de criar histórias q só existem na minha mente e passá-las para o papel, transformar sentimentos e emoções ocultas em palavras, viajar; sonhar; amar; viver todas as vidas q minha imaginação puder alcançar são alguns dos infinitos motivos q tenho para escrever, escrever e escrever sem parar.
Escrever para mim eh algo transcedental. Ao escrever acredito sentir o mesmo q sente um fumante ao seu cigarro, uma sensação de alívio e prazer misturados a uma adrenalina q nenhuma droga substitui. É um vício q só me faz bem.
Minhas fantasias fazem festa diante de um papel e uma caneta, um computador ou uma máquina de escrever. Além de ser uma grande paixão, escrever tbm eh uma válvula de escape paraos meus tormentos, minhas angústias, tristezas e frustrações.
Quando eu estiver chorando quero escrever
Quando eu estiver alegre quero escrever
Quando eu estiver com raiva quero escrever
Quando eu estiver sofrendo quero escrever
Quando eu estiver amando quero escerver
Quando eu estiver magoado quero escrever
Quando a mágoa passar quero escrever
Quando estiver me sentindo imcompreendido quero escrever
E quando nada mais fizer sentido quero continuar escrevendo, mesmo q nunca seja lido, pq escrever sempre dará sentido a minha vida.

domingo, 27 de janeiro de 2008

APRESENTAÇÃO

Meu nome é Esdras, tenho 26 anos e sempre sonhei em ser um escritor de sucesso, na verdade eu sempre sonhei com muitas coisas mas acreditava q realizando o sonho de ter a escrita como principal ofício em minha vida os outros sonhos se tornariam reais naturalmente. Agora não sou um escritor de sucesso e nem tenho nenhum sonho realizado, ainda corro atrás de tudo isso mas no fundo acho q sou uma pessoa frustrada e infeliz, aos 26 anos já poderia ter realizado tantas coisas e no entanto estou aqui, morando numa cidadezinha provinciana e medíocre, reclamando da vida, me sentindo uma vítima sem oportunidades, lutando pra ñ me tornar uma pessoa amarga e insuportável. Essa é a minha primeira postagem e não gostaria q ficassem com uma imagem negativa de mim, oq quero realmente eh poder escrever, desabafar, postar crônicas, poemas, dar dicas de filme, teatro, viagens, música. Falar de tudo q me consome, q me aflige,q me dá prazer. Falar do meu passado, de como foi maravilhoso. Do meu presente, de como é triste e sufocante. Do meu futuro, de como gostaria q fosse excepcional. Acho q vão gostar de minhas histórias, de minhas memórias, de minhas saudades, aliás, tenho saudade de tudo!!!!!!!!!!!!!!!!! E meu blog será uma válvula de escape para ñ morrer sufocado dentro de minhas próprias aspirações ñ concretizadas. Um grito de liberdade nesse fim de mundo em q me encontro. Espero q gostem e visitem bastante, aos pouquinhos saberão mais de mim. Abraços e até a próxima.