quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

PEQUENOS FANÁTICOS IDIOTAS

O post seria sobre outro assunto, mas diante da campanha feita pelos gays, para que Aslan, participante do BBB13, fosse eliminado do programa, senti uma vontade irresistível de dar o meu pitaco.

Já fui muito fã de BBB, hoje não mais. Mesmo que eu quisesse não poderia acompanhar o programa por causa do horário de trabalho. Vez ou outra tento dar uma espiada pelo Pay Per View, mas em cinco minutos minha paciência já se esgota.

Fiquei sabendo através de links e comentários no facebook, que Aslan, o participante gay desta edição, estava no paredão, indicado por um motivo que certamente não é o mesmo pelo qual as bibinhas "little monsters" resolveram detonar com a participação do candidato ao prêmio de 1 milhão e meio de reais.

A expressão inglesa "linttle monsters" (pequenos monstros), é o termo que os fãs e seguidores alucinados da cantora pop Lady Gaga usam pra se auto definirem como tais. Pois bem, alegaram os tais "little monsters" que Aslan deveria ser eliminado do programa sem dó nem piedade, muito menos direito a perdão, porque teria falado mal da cantora, chamando-a de satânica e seus fãs de retardados.

Se Lady Gaga é satânica não sei, mas que boa parte desses "little monsters" são retardados, pode até ser. O Aslan também pode ser um tremendo babaca, um maricas querendo causar, tentando se diferenciar das demais, falando mal da diva absoluta da maioria delas. Eu gosto da Lady Gaga, embora não ostente esse título boboca, e também não acho legal o cara ter falado essas coisas depreciativas, mas esse movimento todo feito pelos fãs da Gaga pra tirarem ele da casa, acho no mínimo uma grande idiotice, tremenda falta do que fazer.

Serviu também pra eu refletir sobre algo que já sei a muito tempo: todo o fanatismo é cego. A cegueira é alienante. A alienação leva à burrice. A burrice pode levar à injustiça. E a injustiça quase sempre provoca grandes maldades. Por isso não pense que fazer parte de uma minoria discriminada, vitimizada e muitas vezes mal tratada, que encontrou certo alento e grande identificação numa artista ousada, inteligente, criativa e bizarra, que defende os direitos da sua causa, arrebanhando-os e chamando-os de "little monsters", o torna um ser acima do bem e do mal, intocável. Não, não o torna especial. Também não torna a Lady Gaga inatingível, mas sim, humana, fascinante, cativante e admirável. E como ser humano com todas essas qualidades, mas também muitos defeitos que ela deve ter, comete e cometerá ainda muitos e muitos erros, que podem vir a público ou não. Ter a lucidez de encarar seu ídolo dessa forma e continuar admirando seu trabalho e suas ideias, nunca deixando de torcer o nariz e criticar quando necessário for, o torna um fã de verdade, admirável, inteligente e cativante, com ou sem definições inglesas bobocas. Do contrário, será apenas um pequeno fanático idiota alienado e burro, que passa o tempo se incomodando com comentários imbecis de outros idiotas.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

5 ANOS DE BORBOLETAS NA JANELA





Oficialmente o blog fez aniversário ontem, dia 27 de janeiro, mas esqueci. De qualquer forma, não poderia deixar passar em branco essa data tão significativa para o "Borboletas na Janela". Eis a postagem de comemoração.

Quando tudo começou naquele domingo, 27 de janeiro de 2008, as coisas eram bem diferentes do que é hoje. Olho pra trás e penso que já faz tanto tempo, tantas coisas aconteceram e ao mesmo tempo, não faz tanto tempo assim, as memórias estão tão frescas, parece que foi ontem.

O fato é que escrever, pra mim, sempre foi a única coisa que soube fazer de bom. Tudo começou como uma brincadeira aos nove anos de idade e foi crescendo, crescendo, me absorvendo e de repente me vi assim, sem saber fazer qualquer outra coisa que me desse prazer de verdade, como já dizia Peninha em sua canção "Sonhos", imortalizada por Caetano.

Até descobrir que escrever poderia ser uma profissão de verdade, sofri por não encontrar dentro de mim nenhum tipo de vocação pra qualquer outra coisa. Então fui escrevendo minhas fantasias desde bem pequeno, em pilhas e mais pilhas de cadernos que ninguém nunca leu. E as fantasias foram ficando mais densas e elaboradas na adolescência. Já adulto, comecei a trilhar caminhos tortuosos, numa batalha incessante pelo sonho de viver da escrita e foi então que a cinco anos atrás, logo após comprar meu primeiro computador comecei o exercício mais prazeroso da minha vida ao criar este blog singelo e especial.

Nunca ganhei nada com o meu "Borboletas na Janela", sou seguido por algumas pessoas e fui lido pouquíssimas vezes. Meu blog nunca bombou na internet, nem nunca teve tal pretensão, mas com certeza sem ele, meu mundo virtual e talvez até o real não teria a mínima graça. Obviamente eu gosto que as pessoas me acompanhem por aqui, lendo e seguindo minhas ideias, opiniões, anseios e fantasias, comentando com elogios, críticas e troca de ideias, mas apesar de raramente isso acontecer não me desmotiva nem um milímetro em seguir com a minha escrita boba ou profunda, ingênua ou esperta, mantendo a manutenção do blog.

Já houve altos e baixos, já tive momentos de grande inspiração e inquietação e outros de desânimo, reclusão, falta de ideias, mas ele continuou firme e forte durante todos esses anos, como um companheiro fiel, um confidente, um amigo íntimo e exclusivo com quem falei sobre cinema, comentando e analisando os filmes mais legais que já vi e aqueles super especiais que ficaram guardados pra sempre na minha memória como as histórias da minha vida. Confidenciei também sobre amores que não vivi, platônicos, impossíveis e o quanto me doeu, fiz isso em forma de conto, de poesia, de segredo revelado. Desabafei minhas frustrações todas. Falei de minha paixão pelo mundo das artes, dos meus livros preferidos, do desejo de viajar por aí conhecendo os lugares mais bonitos do mundo. Contei sobre pessoas que me magoaram, lembranças do passado, amigos que me fazem falta. Relatei festas incríveis, momentos de solidão, dias de tristeza e desilusão. Confessei uma queda irreversível pelo glamour, pelo requinte e a sofisticação, o luxo afinal. Admiti que idealizo um amor perfeito, desses de cinema, embora ele não exista. Citei e transcrevi escritores famosos. Critiquei com ironia e sarcasmo, e as vezes certa revolta comentários e atitudes de famosos e anônimos. Enfim, vivi esse blog, carinhosamente chamado de Borboletas na Janela intensamente.

Eu tinha 26 anos quando o pari e tenho 31 anos hoje. O que mudou afinal nesses 1826 dias? Amadureci, e amadurecendo fui derrubando barreiras, atravessando estradas, desbravando lugares e criando minhas oportunidades pra realizar os sonhos que ainda são os mesmos de 5 anos atrás, mas agora muito mais perto de serem concretizados. E como na vida tudo é transitório e um dia chega ao fim esse será o último aniversário do "Borboletas na Janela" que ainda pode durar alguns dias, semanas ou talvez meses, mas não completará mais um ano de vida.

Outro tempo começa pra mim agora, uma nova fase. Novos acontecimentos, novas situações, novas pessoas, novos anseios, novos encontros e por que não também, novos desencontros, decepções, desilusões? E com certeza outros sonhos e um novo blog, porque escrever é o que ainda me faz mais feliz.

Parabéns BORBOLETAS NA JANELA e obrigado por esses 5 anos!

domingo, 27 de janeiro de 2013

QUASE





O "quase", pode ser uma ilha de angústia e frustração ou um recanto de alívio e gratidão.


Um recanto, para quem quase foi pego pelo carro que vinha em alta velocidade. Uma ilha, para quem quase se casou com o amor de sua vida.

Um recanto, para quem quase se casou com a pessoa que não amava. Uma ilha, pra quem quase passou no vestibular mais concorrido de todos.

Um recanto, pra quem quase levou um tiro durante um assalto. Uma ilha, pra quem quase conseguiu aquele emprego, após uma série de entrevistas e seleção.

Um recanto pra quem quase transou sem camisinha. Uma ilha, pra quem quase foi morar no exterior.

Um recanto pra quem quase revelou um segredo que não devia. Uma ilha pra quem quase abortou um filho desejado.

Um recanto pra quem quase foi despedido do emprego que precisava muito. Uma ilha, pra quem quase ganhou aquela promoção tão sonhada.

Um recanto, pra quem quase detectou um câncer tarde demais. Uma ilha, pra quem quase se declarou e quase ganhou um beijo na boca de um grande amor platônico.

Para o bem ou para o mal, o fato é que o "quase" tem um sabor azedo-quase-amargo. Passamos por aquela situação desagradável de quase sermos felizes ou infelizes. Não atingimos a meta desejada ou indesejada, mas vivemos a angústia, a expectativa, o medo, o pavor. Saímos do quase nos sentindo fracassados, mesmo que aliviados e gratos, porque algo não muito louvável nos levou a quase fazer uma besteira, ou a quase perder algo que não devíamos. Estamos envolvidos naquela situação de qualquer forma. E quanto mais "quases" vamos acumulando na vida mais frustrados e derrotistas podemos ficar, ainda que alguns deles sirva pra nos fazer sentir vitoriosos.

Ninguém suporta viver uma vida inteira no quase. Muitos "chutam o pau da barraca" e fazem acontecer, por que sabem que não dá pra viver a mercê do acaso, esperando que o destino dê as cartas, e que, se não agarrarem com força a vida nas mãos a felicidade, que é o alvo principal de todos nós, quase escapa por entre os dedos. E depois de tanta batalha, não dá pra quase acertar a seta.

sábado, 19 de janeiro de 2013

12 ÓTIMOS FILMES COM TEMÁTICA GLS

1. MINHAS MÃES E MEU PAI (2010)

O filme é um drama familiar com um elenco primoroso, Annette Bening, Julianne Moore, Mark Rufallo e os adolescentes Josh Hutcherson e Mia Wasikowska.
Nic e Jules são casadas e mães de Laser e Joni, concebidos por inseminação artificial. Todos vivem juntos numa grande casa onde reina a paz e a harmonia, porém, quando o casal de irmãos resolvem encontrar o pai biológico, que é um cara super bacana, acontecimentos dramáticos e inesperados abalam essa harmonia familiar.  


2. O PRIMEIRO QUE DISSE (2010)

Nessa película italiana acompanhamos as histórias da família Cantone. A espinha dorsal é o dilema do filho caçula Tommaso, que vive na capital, Roma, mas retorna a cidade natal para uma reunião de família, onde decide aproveitar a comemoração da promoção de seu irmão mais velho, Antonio, na empresa da família, para anunciar sua homossexualidade. O problema é que antes de contar para os demais membros do clã italiano, Tommaso se abre com o irmão e na hora H, em que estão todos reunidos para o jantar, Antonio toma a palavra do irmão e revela antes dele que é gay. Como seria típico de uma família italiana, o rebu está armado. O patriarca tem um infarto, Antonio desaparece e Tommaso fica com uma tremenda batata quente nas mãos. Emocionante e engraçado!

3. MILK - A VOZ DA IGUALDADE (2009)

A história real e inspiradora de Harvey Milk, primeiro homossexual assumido a ser eleito a um cargo público nos Estados Unidos, nos anos 70. O filme narra parte de sua trajetória com coragem e engajamento pelas causas LGBTs, bem como seus romances. Não atoa, Sean Penn levou o Oscar de melhor ator por sua atuação, está estupendo!

 4. ORAÇÕES PARA BOBBY (2009)

Emocionante, doloroso, arrebatador. Neste grande drama real, Bobby faz parte de uma família ultra-religiosa. Ele, um adolescente gay que tenta sufocar de todas as formas seus desejos, decide viver sua natureza, impondo à família sua sexualidade. Todos ficam abalados no início sem saber como agir, mas Mary, a mãe, uma cristã fervorosa resolve "ajudar" o filho, tentando encontrar de todas as formas uma maneira de "curá-lo". Sigourney Weaver em uma atuação nada menos que perfeita, arranca lágrimas de sangue.


5. POUCAS CINZAS (2008)

O filme narra a história de um possível romance entre o jovem pintor Salvador Dalí e o escritor Federico Garcia Lorca. O ano é 1922, Madri está em plena revolução cultural e esses dois artistas se veem envolvidos numa travada relação entre o desejo e a amizade. 
Javier Beltrán como Garcia Lorca está ótimo, já Robert Pattinson na pele de Dalí nem tanto assim, mas vale a pena, a história é boa, a fotografia é linda e as cenas de sexo carregam uma tensão que dá pra segurar com a mão.

6. BACK SOON (2007)

Uma história de amor diferente de tudo que já se viu.
Logan era casado com Adrianne, seu grande amor, de quem ficou viúvo recentemente. Para esquecer as lembranças dolorosas de uma vida a dois cheia de paixão e harmonia, Logan resolve pôr sua casa a venda. O misterioso Gil se interessa pelo imóvel. Envolvido com negócios nada honestos, Gil quer começar vida nova, mas ao conhecer Logan não imaginava como tudo mudaria tão drástica e misteriosamente.
Um belíssimo filme independente que surpreende pela naturalidade e doçura com que trata o romance entre dois homens.




7. SAVE ME (2007)

Religiosidade e homossexualidade quase sempre rendem boas histórias cheias de drama e sofrimento, não é diferente com Save Me. Nesta história acompanhamos a reabilitação de Mark, um homossexual viciado em drogas, que após uma overdose é internado por seus familiares em uma clínica evangélica, que promete, além de deixá-lo livre das drogas, transformá-lo em heterossexual. A primeira missão é cumprida com louvor, já a segunda se torna um pouco mais complicada para a obstinada Gayle, mentora de Mark, já que ele se apaixona e é correspondido por Scott, outro interno considerado ex-gay. Além da boa história, ainda tem a maravilhosa Judith Light, a Claire Meade de "Ugly Betty" e o boy-magia Robert Cant, o Ben de "Queer As Folk".

8. MÁ EDUCAÇÃO (2004)

O mestre Pedro Almodóvar mata a pau nesta rocambolesca trama. 
Inácio e Enrique estudavam juntos no mesmo colégio de padres e se gostavam mais do que amigos. O pedófilo padre Manolo flagra os dois amigos juntos e expulsa do colégio o mais velho, Enrique, tendo o caminho livre para molestar Inácio. Muitos anos se passam, Enrique agora é um famoso cineasta em crise de inspiração e Inácio é um ator em busca de um grande papel, que procura Enrique depois de longo tempo sem vê-lo com um suposto roteiro escrito por ele. Encantado com a estória e o reencontro com seu amor da infância, Enrique decide fazer o filme e volta a se envolver com Inácio. O filme promete ser um sucesso e o romance com Inácio vai de vento em popa, até Enrique ser cruelmente surpreendido por uma terrível revelação. 


9. CAUBÓIS E ANJOS (2003)

De toda a lista, acho que é o meu preferido. Uma história despretensiosa sobre um garoto que tem um emprego burocrático, mas sonha em entrar pra faculdade de artes. Como primeiro passo pra mudar sua vida sem graça, decide dividir apartamento com um colega. O colega é um estudante de moda, gay, que transforma a vida de Shane, seu nome é Vincent e entre brigas, festas e grandes confusões os dois mostram o valor de uma grande amizade. Filme lindo e inspirador sobre correr atrás de seus sonhos e a importância de ter alguém que te impulsione a realizá-los. Apaixonante!


10. LATTER DAYS (2003)

Romance que narra a história de um jovem mórmon, Aaron, que se torna alvo de uma aposta, em que o promíscuo Christian tem que levá-lo pra cama. O que Christian não contava era se apaixonar de verdade pelo doce Aaron. Levando-o a uma via-crúcis pra viver esse amor impossível. O filme é lindo e ainda tem Jaqueline Bisset e Joseph Gordon-Levitt no elenco.

11. MONSTER - DESEJO ASSASSINO (2003)

Mais uma história real estarrecedora. Aileen Wuornos sofreu abusos frequentes na infância e adolescência, o que a fez ter pavor dos homens. Já adulta torna-se prostituta e conhece seu único e verdadeiro amor, a lésbica Selby. As duas vivem uma relação conturbada, que só piora quando Aileen comete seu primeiro assassinato e torna isso um hábito, roubando seus clientes antes de matá-los. Conhecida como a primeira serial-killer dos Estados Unidos, Aileen foi condenada a pena de morte. Charlize Theron conseguiu fazer um trabalho magnífico, ficando monstruosa para contar a vida desgraçada dessa infeliz mulher e ganhou um Oscar.

12. APENAS UMA QUESTÃO DE AMOR (2000)

Laurent é gay, mas esconde da família. Ele vive em outra cidade dividindo apartamento com uma amiga, que finge ser namorada quando necessário. Ele é cobrado por todos pra que se assuma de uma vez perante os familiares, mas Laurent tem um bom motivo para não fazê-lo. Seu primo Mark, também era gay e morreu infectado pela aids. Os parentes não se conformam e não aceitam até hoje a "escolha"  de Mark, que morreu só porque era gay. Acontece que o destino põe no caminho de Laurent o belo Cédric, uma paixão que vira seu mundo de cabeça pra baixo. Como se não bastasse a linda história de amor, o filme ainda é francês!

domingo, 13 de janeiro de 2013

AS 10 MAIS DAS 8 - PARTE 2

Segue a lista com minhas 5 restantes novelas das 8 preferidas, fechando uma lista de 10:

5.
Última grande novela de Glória Perez, não há como ficar imune ao retumbante sucesso de O CLONE. A trama que estreou em 01 de outubro de 2001 e teve seu último capítulo exibido em 14 de junho de 2002 tratou de temas polêmicos, atuais e pertinentes à época. Coincidentemente a novela foi ao ar logo após os emblemáticos ataques de 11 de setembro e seu enredo principal abordava além de clonagem humana, a cultura muçulmana, o que provocou grande interesse no público, ávido para conhecer e entender como viviam um povo capaz de tamanha atrocidade, movido pelo ódio á uma nação. A autora conduziu sua trama com maestria fazendo o que sabe de melhor, apresentar aos telespectadores uma cultura diferente com grande riqueza de detalhes e transformar bordões, figurinos e acessórios em manias nacionais. Glória misturou em um grande caldeirão histórias que sem pesquisas minuciosas e total domínio de ofício de uma experiente novelista, teriam se tornado desconexas, confusas e incoerentes, o que não aconteceu com O CLONE. GP ousou e nos proporcionou uma fascinante fábula de amor, conduzindo nossos corações a viver intensas emoções pelas areias do deserto nos encontros fortuitos e cheios de paixão de Jade e Lucas. Uma muçulmana e um brasileiro que se conhecem ainda na juventude, ela prometida em casamento a um de sua raça e ele em passeio pelo país, e juram amor eterno tão logo entendem que foram feitos um para o outro.
Lucas tem um irmão gêmeo, Diogo e está viajando pelo Marrocos com ele, o pai, Leônidas Ferraz, sua futura madrasta Yvete e o cientista Albieri, grande amigo da família Ferraz e padrinho de Diogo. Albieri é um cientista ambicioso e muito renomado, que começa a se enveredar por experiências de clonagem humana, sua pretensão é ser reconhecido como primeiro cientista no mundo a criar um clone humano e daí surgem acirradas discussões com seu amigo muçulmano Ali, o rígido e amoroso tio de Jade, que passa a cuidar dela após a morte de sua mãe. Ali não aceita as pretensões de Albieri, pois acredita firmemente que o único que tem o poder de criar vidas é Deus. Nesses embates de opiniões surgem diálogos primorosos. Tanto quanto defende sua fé em questões científicas, Ali também a defende nas tradições culturais e familiares, por isso tão logo recebe Jade em sua casa logo trata de arranjar um casamento pra ela. O escolhido é Said, mas mesmo antes de conhecer seu futuro marido Jade já se perdeu de amores por Lucas. Os dois lutam o quanto podem pra enfrentar as barreiras culturais que os afastam e a oposição das famílias, mas são vencidos pelo destino que causa a morte de Diogo, o gêmeo de Lucas, num acidente de helicóptero, provocando um grande empecilho para que Lucas vá ao encontro de Jade e a traga pro Brasil antes que ela se case. Sem notícias de Lucas e desiludida, Jade se casa com Said numa cerimônia muçulmana deslumbrante, embora seu coração esteja escuro. E lucas por sua vez, também acaba se casando com Maysa, moça que era namorada de seu irmão.
Inconformado com a morte de Diogo, Albieri encontra a justificativa que precisava para criar um clone humano. Com o DNA de Lucas, ele usa a humilde manicure Deusa, que deseja ardentemente um filho e está prestes a fazer uma inseminação artificial, como cobaia e após inseminar a moça Albieri comete a maior experiência de sua vida, faz um clone do grande amor de Jade. Anos se passam, Jade e Lucas são infelizes no casamento, mas Khadija e Mel, a filha dela com Said e dele com Maysa, fazem com que mantenham seus casamentos. As mais envolventes tramas são desenroladas magistralmente durante os 8 meses de sua exibição, fazendo o Brasil parar, torcer e se emocionar com o drama do vício em drogas da meiga Mel, em assombrosa interpretação de Débora Falabella. Os tão famosos pastéis da dona Jura com seus grandes arroubos suburbanos e seu bordão irresistível. A encantadora Khadija. A adorável família de Mohamed e Lattifa. A histérica e venenosa Nazira em sua busca incansável por um marido. A impagável Lidiane com seu incontrolável ciúme pelo marido Tavinho. Os encontros e desencontros de Yvete e Leônidas. A divertida dona Odete pra quem cada mergulho era um flash. A doce, compreensiva e apaziguadora Zoraide. As maldades da invejosa Alicinha. A gafieira sempre presente nas tramas de Glória, onde Deusa dançava lindamente. O encontro de Jade com Léo, o clone de Lucas e depois, dele com o próprio Lucas, dois momentos impactantes de forte emoção.
O CLONE é uma das poucas novelas que me lembro onde todo o elenco se destacou, todos sem exceção brilharam intensamente, desde o coadjuvante teoricamente menos importante até a mocinha Jade, que com sua primeira protagonista, mostrou ser uma estrela de primeira grandeza. 
É apenas lamentável que depois desse tremendo gol de placa, uma autora tão inteligente como Glória Perez tenha tentado repetir o sucesso de O CLONE batendo na mesma tecla inutilmente. Suas novelas posteriores tem sido as piores do horário até agora, exatamente porque não queremos repetições mal feitas, nos apaixonamos pel'O CLONE justamente porque era algo totalmente novo, diferente e extremamente interessante, mas principalmente porque no final o amor venceu. O que não aconteceu nas péssimas AMÉRICA e CAMINHO DAS ÍNDIAS. A atual trama do horário nobre, não é de todo ruim, o enredo principal que é o tráfico humano é muito interessante e envolvente, mas está lá a tal cultura diferente, que ocupa bem menos espaço que nas novelas anteriores, mas por já estarmos cansados, cansados não, exaustos, não aguentamos mais nenhum resquício de dancinhas, bordõezinhos e blá, blá, blá do Oriente. Volte Glória, a nos brindar com histórias diferentes e gloriosas como O CLONE.

4.
Houve um tempo em que o autor Aguinaldo Silva escrevia um sucesso atrás do outro pra faixa das 8. Isso já faz muito tempo mesmo, porque suas duas últimas novelas exibidas em 2011 e 2007 prefiro nem comentar. Com exceção de SENHORA DO DESTINO que foi ao ar em 2004, as melhores novelas de Aguinaldo ficaram todas na década de 90. Meu quarto lugar vai para a sensacional FERA FERIDA, que teve sua estreia em 15 de novembro de 1993, e foi inspirada em contos e personagens de Lima Barreto. Aguinaldo Silva adaptou sua história, a busca de um homem por vingança, na fictícia cidade de Tubiacanga e criou tipos inesquecíveis, utilizando muito bem uma de suas especialidades, o realismo fantástico. 
Raimundo Flamel voltava a Tubiacanga após 15 anos de ausência para se vingar dos poderosos da cidade: Major Bentes, Demóstenes Massaranduba, Numa Pompílio de Castro e o Professor Praxedes de Menezes. Todos responsáveis direta ou indiretamente pela morte de seus pais quando ele ainda era uma criança. Agora homem feito, muito rico e sob falsa identidade ele chega a pacata, porém corrupta Tubiacanga para acertar as contas, pra isso conta com a ajuda de seu fiel assistente Gusmão e de sua tia Margarida Weber, a costureira da cidade. Ele só não contava que seu amor de infância pela geniosa Linda Inês reacenderia, nada tão grave se ela não fosse a filha única de Demóstenes e noiva de Guilherme, filho do Major Bentes, dois de seus principais alvos em sua busca por vingança. Aliado a esse ótimo mote da vingança, que sempre funciona quando desenvolvido de maneira competente, tivemos muitos tipos inesquecíveis como a adorável Ilka Tibiriçá, uma solteirona invicta, engraçada e de bom coração, em grandioso desempenho de Cássia Kiss num de seus melhores papéis. A fogosa e inescrupulosa Rubra Rosa, de Suzana Vieira. A gananciosa e perversa Salustiana, em deliciosa interpretação de Joana Fomm. O tímido e gago, porém apaixonante Fabrício, em estreia de Murilo Benício. A também estreante Anna de Aguiar, no papel da filha desnaturada Isolda Weber, em única interpretação marcante e relevante em novelas. A hilária Lucineide, empregada de Raimundo Flamel, em mais uma interpretação cômica de Maria Gladys. A ingênua e analfabeta Maria dos Remédios, muito bem defendida por Luíza Tomé, em interpretação tocante. A etérea Camila, de Cláudia Ohana, uma espécie de bela adormecida moderna, que dormia por meses a fio e acordava despertando paixões. A apaixonada Sigfrida e seu par romântico Áureo Poente, lutando para viverem um amor proibido pelas famílias, arrebataram o público nas interpretações de Débora Evelyn e Cláudio Fontana. As lindas atrizes em início de carreira Camila Pitanga e Érika Rosa, vivendo um dramático triângulo amoroso com Norton Nascimento, nos papéis de Terezinha, Clara dos Anjos e Votan. Marcos Winter como o cafajeste Cassie Jones, em sua relação quase edipiana com a mãe. A exuberante e esfuziante Perla Menescau, que roubou a cena com sua chegada já na metade da novela, o papel mais marcante de Cláudia Alencar. E a batalhadora, firme e amorosa Margarida Weber, personagem de Arlete Salles, cortando um dobrado com as filhas Sigfrida e Isoldinha, na mais emocional e dramática interpretação de sua carreira. Uma novela impecável, com texto, atuação e direção irrepreensíveis.

3.
Eu disse que as novelas de Aguinaldo Silva nos anos 90 eram as melhores, por isso meu terceiro lugar vai para PEDRA SOBRE PEDRA, outro grande sucesso do autor exibido entre 06 de janeiro a 30 de julho de 1992. Diferente de Glória Perez, ele sabia se repetir sendo diferente. Estava lá vários elementos de outras novelas suas, como o realismo fantástico, a casa das quengas e o sotaque nordestino, mas PEDRA SOBRE PEDRA foi a primeira novela de AS que eu parei pra prestar a atenção e me conquistou em absoluto. Antes teve a magnífica TIETA, baseada na obra de Jorge Amado, mas por ser muito pequeno não pude acompanhá-la na íntegra e por isso perdi esse espetáculo da tele dramaturgia, fazendo-a ficar de fora da minha memória afetiva e consequentemente dessa lista. Algo muito forte sobre essa novela marcado em minha lembrança é a tal flor de Jorge Tadeu, quem não lembra? Aquilo era uma loucura na época. As meninas da escola levavam copo-de-leite (a flor) pra sala e deixavam a flor em cima da carteira (ai como eu tô velho, ainda falo carteira), dizendo que eram uma das mulheres de Jorge Tadeu e que iam comer a flor. Eu morria de vontade de fazer o mesmo, mas se já me atormentavam com o bullying sem essa viadagem, imagina se eu levasse a tal flor pra escola. A título de explicação pra quem não assistiu a novela ou nasceu bem depois, Jorge Tadeu era um fotógrafo conquistador e mulherengo vivido por Fábio Jr. Ele chegava a pequena cidade de Resplendor de forma misteriosa e se envolvia com grande parte das mulheres resplendorinas, em sua maioria casadas. De sua lista fizeram parte a portuguesa Ximena, a perua Roseméry, a bela Suzana e a apaixonada Úrsula. Depois de enlouquecer todas essas mulheres, Jorge Tadeu é misteriosamente assassinado, deixando muitas viúvas inconsoláveis, principalmente Úrsula, que não se conforma em perder seu grande amor. Aí então, uma árvore da cidade que nunca deu frutos, começa a produzir do nada copos-de-leite, era a árvore em que JT urinava sempre que estava apertado e longe de um banheiro. Num impulso de saudade Úrsula mastiga a flor que cai em seu colo numa noite em que se encontra embaixo da árvore relembrando o amado, em seguida o morto se materializava e os dois viviam uma tórrida noite de amor. Úrsula tentou guardar segredo o quanto pôde das outras, mas quando suas principais amantes descobriram, todas quiseram comer a flor de Jorge Tadeu. Tirando essa história fantástica e divertidíssima, Resplendor abrigava a história de amor transformada em aversão de Murilo Pontes e Pilar Batista, que de casal apaixonado no passado se transformaram em inimigos políticos no presente e em meio as suas brigas e desavenças, Leonardo e Marina, se apaixonam, mas precisam esconder o sentimento, pois ele é filho de Murilo com a submissa Hilda e ela é filha de Pilar com o já falecido Jerônimo Batista, um típico romance shakespeareano. Lima Duarte e Renata Sorrah estiveram imbatíveis na pele dos protagonistas-inimigos, seus embates eram maravilhosos. Como também eram maravilhosas as tiradas de dona Quirina, sogra de Pilar que tinha mais de 100 anos de idade, vivida por Mírian Pires, sempre excelente. O vilão cínico e assustador de Armando Bógus, Cândido Alegria, seu último trabalho em novelas. As cenas sensuais entre o cigano Yago e a dissimulada Eliane. A beata Gioconda, mais uma atuação fabulosa de Eloísa Mafalda, irmã de Murilo Pontes e mãe de Úrsula, que ao final se revela a cruel assassina de Jorge Tadeu. O amor do boêmio Carlão pela cigana Vida e o de Adamastor, gerente do prostíbulo da cidade, por seu proprietário e amigo Carlão. Torço muito pra que esta maravilha do início da década de 90 volte ao canal Viva o mais breve possível.

2.
E
E a medalha de prata vai para A FAVORITA de João Emanuel Carneiro. Essa novela é tão maravilhosa, tão inovadora, tão fantástica que é quase impossível me referir a ela sem que seja no superlativo. É uma das melhores tramas dos últimos 20 anos e foi escrita por um novato em novelas, essa foi sua terceira trama televisiva e ele arrasou de todas as formas possíveis e imagináveis. Podem me tacar pedras se quiser, mas AVENIDA BRASIL, embora muito boa, não chegou aos pés da estreia de JEC no horário mais nobre da Globo, e põe nobre nisso. João Emanuel honrou de todas as formas o título que as novelas desse horário carrega. Foi uma nobreza infinita, ver uma trama tão requintada, capitaneada por duas beldades, que provaram ser estupendas atrizes, se digladiando num duelo psicológico e mortal. Patrícia Pillar em pele de Flora, a vilã-mor que enganou a todos até mesmo os telespectadores, divou ao lado de Cláudia Raia com sua sofredora e injustiçada porém, osso duro de roer Donatella. Tarcísio e Glória em mais um de tantos encontros que a gente adora, nos emocionou a todos como Irene e Coppola. Lília Cabral acabou com a minha vida, no bom sentido, ao dar vida a mal-tratada Catarina, que se tornou em minha opinião sua segunda melhor personagem em novelas. Paula Burlamaqui em dobradinha mais que especial com Lília, dando o tom exato a sua doce e serena Stella. Jackson Antunes arrancando elogios e revolta por todos os lados com seu asqueroso Leonardo. Mariana Ximenez mostrando que pode naturalmente ser uma namoradinha do Brasil com a carinhosa e querida Lara. Murilo Benício e seu irresistível cafajeste Dodi. Minha musa Cláudia Ohanna, voltando depois de alguns anos afastada das novelas. Ary Fontoura mostrando porque está tantos anos na ativa, é simplesmente um operário da arte. José Mayer, Giulia Gam e Leonardo Medeiros dando vida ao triângulo amoroso mais fascinante dos últimos tempos. Algum defeito A FAVORITA haveria de ter, e tem, mas é tão pequenininho, tão insignificante diante da grandiosidade dessa obra que não chega a comprometer em nada. O pequeno defeito atende pelo nome de Carmo Dalla Vecchia, um equívoco, que JEC tratou de não repetir em sua última obra. E como consideração final sobre esta obra-prima, só consigo defini-la plagiando um trecho de uma canção de Elis: "sei que nada será como antes amanhã...". A FAVORITA revolucionou tudo em termos de tele novelas e sabemos que depois de uma revolução, nada volta a ser como antes. 

1.
"Com a sutileza de um furacão, você vai tomando conta do meu coração. Com o sangue frio de um torturador, eu planejo passo a passo atacar seu amor." E o primeiríssimo lugar tomou conta do meu coração.
Em 13 de março de 1995 um grande suspense começava a tomar conta do Brasil inteiro. Com uma misteriosa e hipnotizante trama policial, Sílvio de Abreu estreava sua melhor novela e a minha preferida de todos os tempos no horário, A PRÓXIMA VÍTIMA. Depois de A PRÓXIMA VÍTIMA nenhum mistério de "quem matou?", recurso recorrente utilizado em tramas globais, teve mais tanta graça, simplesmente porque Sílvio de Abreu sintetizou esse mistério em toda sua trama, com várias mortes ocorrendo durante a novela inteira. Assassinatos provocados pelo motorista de um opala preto de quem não se sabia a identidade. O grande mistério era sim "quem era o grande assassino", mas também "quem seria a próxima vítima?". O enredo instigante e magnificamente conduzido, fez o país parar e se tornou um marco incontestável. Em meio a tantos assassinatos, acompanhamos as perversidades de Isabela Ferreto, grande vilã vivida por Cláudia Ohana, que traiu, enganou, trapaceou e até matou, mas também foi espancada, expulsa de casa e até esfaqueada. As paixões do feirante Juca, vivido por Tony Ramos, que amou Ana em silêncio a vida toda, mas quando conhece a refinada Helena vive uma linda história, que só é interrompida quando Ana decidi dar uma chance a ele, um homem dividido entre dois grandes amores. As investigações de Irene, estudante de direito que resolve desvendar o mistério dos crimes após a morte de seu pai, Hélio. 
Sílvio ainda abordou temas como homossexualidade, de uma forma digna e admirável através dos personagens Sandrinho e Jéferson, um branco e um negro, também falando sobre o racismo com uma família negra de classe média alta. Falou sobre drogas com o personagem Lucas e nos brindou com interpretações fabulosas através das irmãs Ferreto vividas por Aracy balabanian, Filomena, Yoná Magalhães, Carmela, Tereza Rachel, Francesca e Rosamaria Murtinho, Romana. 
A PRÓXIMA VÍTIMA, foi uma novela completa, redonda, onde nada faltou. Romance, mistério, maldades, polêmicas. Uma novela forte e eletrizante. Não atoa o autor do segundo lugar da lista teve sua primeira trama supervisionada por Sílvio de Abreu e certamente sua inspiração vem dele, que atualmente pode até estar escrevendo umas tramas meio fraquinhas, mas será sempre o autor da minha novela preferida de todos os tempos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

AS 10 MAIS DAS 8 - PARTE 1

Pra matar as saudades, uma lista de minhas 10 novelas favoritas das 20:30 horas, antes de virar das 21:00. Nesta primeira parte apenas 5. Em ordem de preferência, são elas:

10.
Essa trama de Gilberto Braga foi ao ar entre 18 de julho de 1994 a 10 de março de 1995 e nem de longe é considerada por público e crítica sua melhor novela, muito pelo contrário, PÁTRIA MINHA foi uma novela problemática. Seria a última história de uma trilogia iniciada com VALE TUDO e seguida por O DONO DO MUNDO abordando a questão: vale a pena ser honesto no Brasil? Mas, diferente da primeira que foi um sucesso estrondoso em 1988 e da segunda que teve problemas com a audiência por causa da trama em si, indigesta para a maioria dos telespectadores nos idos de 1991, o maior problema de PÁTRIA MINHA foi ocasionado pelo elenco. A protagonista Vera Fischer era então casada com o coadjuvante Felipe Camargo. Ela interpretava a sofisticada arrivista Lídia Laport e ele o humilde Inácio, ambos de núcleos que não se encontravam na trama, porém, crises de ciúmes começaram a provocar fortes brigas entre o casal. Diziam as más línguas que Vera tinha ciúme das cenas de Felipe com Isadora Ribeiro, seu par romântico na trama. Em meio a toda essa roupa suja, marido e mulher ainda estavam envolvidos com drogas. A situação do casal dentro da emissora e nos bastidores ficou insustentável e acabou sobrando pro pobre Gilberto que teve de matar dois importantes personagens de sua história, sendo um deles a protagonista e tentar consertar o imenso estrago deixado por eles já quase na reta final. Confesso que sem Vera Fischer a novela perdeu grande parte de seu charme e deu muito pano pra manga pra que a trama fosse achincalhada pela mídia, mas ainda assim é uma de minhas novelas das 8 preferidas. Além de ter sido exibida numa época muito especial pra mim, tinha Alice, a mocinha vivida por uma esfuziante e doce Cláudia Abreu, que depois de Juliette de QUE REI SOU EU? e Clara de BARRIGA DE ALUGUEL me fez apaixonar definitivamente. Ela era honesta, idealista, justa e tentava lutar contra o poderoso e mau caráter Raul Pellegrini, em mais um momento marcante de Tarcísio Meira. Após diversos embates, Alice descobre ser neta do homem que mais despreza, um segredo guardado durante anos por sua mãe Natália, vivida pela fantástica Renata Sorrah, que havia tido um caso no passado com o não menos desprezível Gustavo Pellegrini, filho de Raul, que a abandonou grávida. No outro lado da história tinha Lídia, mulher linda e ambiciosa que buscava de todas as formas um marido rico. Mãe de Rodrigo, sujeito bom e honesto mas um tanto quanto dominado por ela. Lídia é dedicada e tem loucura pelo filho, mas o força a manter um romance com a rica e apaixonada Beatriz Aboim, de olho na fortuna de sua família. O principal plano de Lídia é casar o filho com Beatriz e dar o golpe em Raul. Embora o segundo seja mais difícil, pois Raul é casado com a bondosa Teresa, Lídia consegue seu objetivo após muitas intrigas e tramóias. Raul se separa da esposa e logo em seguida cai nas garras da loira fatal, não resistindo aos seus encantos casasse com ela. Lídia concluí seu golpe tornando-se a senhora Raul Pellegrini, mas Rodrigo não se casa com Beatriz, ele conhece Alice e os dois se apaixonam perdidamente.
Isso tudo é só um pouquinho dessa envolvente trama de Gilberto Braga, que foi sim uma grande história apesar dos pesares. Uma trama injustiçada pelas circunstâncias com um elenco matador. Além dos já citados, tinha ainda Eva Wilma, Marieta Severo, Pedro Cardoso, Nuno Leal Maia, José Mayer, Patrícia Pillar, Lília Cabral, Fábio Assunção, Carolina Ferraz, Renné de Vielmond, Carlos Zara, Odete Lara, Carlos Vereza, Débora Duarte, Débora Evellyn Fúlvio Stefanini, Rosita Thomas Lopes e não posso deixar de citar a revelação Isadora Ribeiro, que chegou de mansinho e roubou a cena na pele da ingênua e inocente Cilene, fisgando o coração e regenerando o terrível Raul Pellegrini.

9.
Outra do grande Gilberto Braga, sua volta ao horário nobre após nove anos afastado, desde PÁTRIA MINHA. CELEBRIDADE contava a história de Laura Prudente da Costa, a grande vilã, que tinha por objetivo principal vingar-se da mocinha Maria Clara Diniz. Um grande e deleitoso encontro das amigas na vida real e inimigas na ficção Cláudia Abreu e Malu Mader. Como pano de fundo, o mundo da fama e suas celebridades. Maria Clara era a síntese de todo esse mundo de glamour que cerca os famosos, empresária da música bem-sucedida ela provocava muita inveja e admiração, sentimentos com os quais ela conseguia lidar razoavelmente bem até cruzar em seu caminho a perversa e maquiavélica Laura, um lobo em pele de cordeiro, que cumpriu sua vingança e a fez comer o pão que o diabo amassou.
Outros personagens marcantes como Renato Mendes, Eliete, Darlene, Jaqueline Joy, Beatriz, o michê Marcos, Cristiano Reis, Ana Paula e  Vladimir, o texto sempre ágil de GB, a trilha sonora impecável, o famoso "quem matou" e o elenco afiadíssimo, fizeram dessa mais uma deliciosa novela das 8.


8.
Impossível não gostar de POR AMOR. Novela inspirada, do queridíssimo Manoel Carlos que emocionou o Brasil com a história dos bebês trocados. "O que você seria capaz de fazer por amor?". A Helena da vez, a segunda de Regina Duarte, foi capaz de trocar seu bebê vivo pelo morto da filha Maria Eduarda, que recém-casada e impossibilitada de engravidar novamente, cuidou do irmãozinho como filho sem saber que ele não era seu e sim da própria mãe. O Brasil se emocionou, mas não só com a trama principal. Tivemos também o alcoolismos de Orestes, pai rejeitado da mimada Maria Eduarda e amado da pequenina e doce Sandrinha. O lindo amor de Milena e Nando. O romance do tímido e injeitado Léo com a espevitada Cat. O racismo de Wilson, que apesar de ser casado com Márcia, uma negra que sonhava engravidar, não queria ter filhos por medo que nascessem negros. As escapadas de Magnólia com o jardineiro Genésio. A bissexualidade de Rafael, casado e chefe de uma família aparentemente perfeita, mas que se apaixona por outro homem. A divertida Meg com suas extravagâncias caninas. E claro não poderia faltar os barracos antológicos das tramas de Maneco, quase sempre protagonizados pelas vilãs Laura, em mais um ótimo momento de Viviane Pasmanter, vivendo pra atormentar a vida de Eduarda, e Branca Letícia de Barros Mota numa interpretação estupenda e definitiva de Suzana Vieira. POR AMOR é muito amor! Se tivesse que citar apenas um deslize da trama seria referente a Helena de la Duarte, que esteve muito apagada, todos brilharam mais que ela e isso não pode acontecer, Helena é sempre Helena!

7.
Após um hiato de quase três anos, Maneco retorna com esta joia, exibida entre 05 de junho de 2000 a 02 de fevereiro de 2001. E entramos no universo de Helena Lacerda, desta vez na interpretação forte e sincera de uma mais exuberante do que nunca Vera Fischer. Somos envolvidos por seus conflitos, suas dores, dúvidas e paixões. Pelas ruas do Leblon Helena se envolve numa batida de carro com o jovem médico Edu e fica envolvida por ele. Logo depois conhece o charmoso e culto Miguel em sua livraria, provocando um interesse imediato no gentil viúvo. Dias depois Helena viaja para a fazenda do pai no interior do Rio Grande do Sul para uma reconciliação, pois ficou anos sem falar com ele e agora prestes a morrer o velho necessita ficar em paz com a filha mais velha, já que a mais nova, a lolita Íris tem loucura pelo pai. Acompanhamos Helena também até o Japão, onde ela viaja com o já namorado Edu e o amigo Miguel e sua filha Cissa, para encontrar a filha Camila, sua caçula, que mais tarde casa com Edu e descobre que tem leucemia, iniciando assim o grande drama da vida de Helena que abre mão de muitas coisas pra tentar salvar a vida da filha. Helena mais uma vez é a grande heroína e viajamos fascinados e emocionados por seu universo, bem como pela vida de Capitu, Alma, Pedro e Cíntia, Fred e Clara e de minha personagem preferida, a divina Íris.

6.
Em 1990 Sílvio de Abreu estreou no horário nobre após grandes sucessos as 19 horas. No início sua RAINHA DA SUCATA sofreu um pouco com a queda de audiência, mas logo em seguida Sílvio caprichou mais no drama em detrimento ao humor que estava imprimindo a trama e deu a volta por cima. Regina Duarte como protagonista absoluta conquistou mais um título em novelas, depois da hors-concurs viúva Porcina de ROQUE SANTEIRO e da humilde vendedora de sanduíche na praia Raquel Acioli de VALE TUDO, que se torna uma bem-sucedida empresária do ramo de restaurantes, se tornava a sucateira Maria do Carmo Pereira que após construir uma grande empresa fica conhecida como "rainha da sucata". O tom popular da novela era maravilhoso. Aproveitando a febre das lambadas a novela empolgava todo mundo, a começar por sua abertura ao som dançante de Sidney Magal. RAINHA DA SUCATA foi um marco que volta agora dia 21 a ser exibida no canal Viva, onde poderei matar a saudade das arrogantes, sofisticadas e venenosas "coisas de Laurinha", das trapalhadas dos sensacionais Caio, o gago e Adriana, a bailarina da coxa grossa, da ninfomaníaca Nicinha, dos três "filhinhas" de dona Armênia, da francesinha Íngrid e principalmente da espalhafatosa e mega cafona, mas adorável "rainha da sucata", Maria do Carmo. Sucateiraaaaaa!!!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

LEMBRANÇAS DE RÉVEILLONS PASSADOS


Na dúvida sobre o que escrever na primeira postagem do ano, me veio a ideia de relembrar passagens de anos anteriores, já que sou um ser irremediavelmente nostálgico e aproveitando que o ano ainda está fresco, tendo acabado de começar, achei oportuno uma breve sessão de "recordar é viver".

Já a algum tempo, a virada do dia 31 de dezembro para 1 de janeiro exerce sobre mim um grande fascínio, fascínio esse que vem diminuindo a cada ano que passa. Por ensinamentos familiares ditados por estudos religiosos fui levado a crer que o réveillon é uma comemoração pagã, condenada pela bíblia sem nenhuma importância real, apenas motivada pela grande ânsia das pessoas em festejar, beber até cair, fornicar e acreditar na grande ilusão que tudo vai ser melhor no ano seguinte. Ok, entendi e assimilei tudo isso até meus 15 anos de idade, quando em Aracaju no dia 31 de dezembro de 1996 alguma coisa dentro de mim despertou. Uma vontade louca de não estar ali dentro de casa me aprontando pra dormir, mas na rua, de preferência na praia vendo os fogos e sentindo aquela alegria que pairava no ar, vontade de botar pra fora alguma coisa presa dentro de mim, mas fiquei na vontade. Naquele ano e nos quatro seguintes meus réveillons e desejos foram devidamente reprimidos ao lado da família e alguns amigos, sempre dentro de casa, no máximo um churrasquinho e um carteado pra aproveitar a véspera de apenas mais um feriado, mas nenhum brinde, nenhum abraço de Feliz Ano Novo, nem fogos de artifício. Comemoração pagã, lembram? 

Mas alguma coisa dentro de mim pedia mais, suplicava por uma comemoração de arromba, com espumantes, taças de cristal, balões prateados, abraços, beijos, roupas brancas, felicitações, lágrimas, alegria, pedidos, promessas, gritos, música, dança, muitos fogos coloridos, esperança e fé. Pai e mãe achavam um absurdo, mas fazer o que? Meu coração pedia aquilo, mesmo que Deus não aprovasse. E acreditando sinceramente que Ele não estava nem aí pra isso tudo, segui desejando meu grande réveillon, com tudo que tinha direito. E assim, aos 20 anos experimentei a liberdade de estar longe do olhar m(p)aterno num dia 31 de dezembro.

2001/2002 - Morava em Londrina, já trabalhava, tinha uma certa independência e sabia que queria fazer algo diferente de tudo que já havia feito em outras viradas. Aí surgiu Juliana, uma colega de escola que tinha conhecido a pouco tempo, me convidando pra passar o réveillon na Friends, uma boite gls, a melhor da cidade. Pirei e topei na hora. Super empolgado, comprei roupa, acertei os detalhes e nos encontramos no apartamento dela poucas horas antes da meia-noite. Fomos pra balada de moto. Ao chegar a fila era monumental, mas estava tudo do jeito que eu imaginava, montes de gente bonita, todos com roupas claras, dentro da boite os balões, mesas repletas de frutas por toda a parte, drags montadíssimas em cima do salto e eu fervendo por dentro. Aquela seria a noite da minha vida, se não fosse a cretina da Juliana que as três da manhã cismou que iria embora porque tinha perdido a graça pra ela, estava com sono e não ia continuar na festa. Me jogou um tremendo balde de água fria, meu coração que estava fervendo murchou e me vi obrigado a voltar com ela. Naqueles dias não tinha jogo de cintura suficiente pra ficar sozinho numa balada. Fui pra casa dela e custei a dormir imaginando tudo o que poderia ter acontecido de especial naquela noite. No dia seguinte voltei pra casa com a sensação de quem foi a uma festa sensacional, cheia de coisas gostosas, mas não pôde experimentar nenhuma delas. Frustração me definiu naquele réveillon de 2001, o primeiro fora de casa.

2002/2003 - Não tem muito o que comentar sobre esse 31 de dezembro de 2002. Nada aconteceu. Morava no Imbé/RS e fiquei em casa com meu pai, minha mãe estava trabalhando numa festa de família. E aquele ano foi tão ruim que não havia nada pra comemorar, mas muito a pedir, então pedi em casa mesmo, no silêncio do meu quarto pra Ele que supostamente condenava aquele tal réveillon.

2003/2004 - Esse réveillon já foi mais divertido, um dos que mais gostei. Nada de especial, apenas uma baladinha na companhia de Marcelo e Léo, dois colegas do trabalho. Morava em Porto Alegre e estagiava no Hospital Espírita. Fomos os três a uma balada chamada Sunga Bar. E sem entrar em muitos detalhes, foi uma noite memorável, muita risada, música, bebida e...

2004/2005 - Em 31/12/2004 estava de volta a Tramandaí depois de quase dois anos estudando em Poa. Para as comemorações de fim de ano recebi Rafael e Eduardo, amigos da capital que chegaram no dia 30. Neste Réveillon fizemos um esquenta na casa da Carol, colega de trabalho, onde conheci várias pessoas, entre elas Sabrina, Karina e Talles. Depois da contagem regressiva, abraços, felicitações e champanhe partimos para o Sunga Beach, a filial do Sunga Bar de Poa, no litoral. Lá encontrei outro amigo, Fernando, que estava a minha espera. O lugar estava lotadaço, mal conseguíamos nos mover, mas foi uma noite e tanto.

2005/2006 - Esse Réveillon se passou em mais uma boite, dessa vez de volta a Porto Alegre na Refúgiu's, uma super casa noturna. Minha companhia nesse dia 31/12 foi Adilson. A noite foi tranquila, nada muito fervido, pelo menos pra mim, mas a lembrança mais forte desse réveillon foi a música Ai Ai Ai (Banho de Chuva) da Vanessa da Mata na performance da drag Glória Cristal que esteve luminosa. Depois dessa apresentação Ai Ai Ai virou o hit da minha vida. Até hoje espero alguém pra quem eu possa cantar "se você quiser eu vou te dar um amor desses de cinema...".

2006/2007 - Mais um réveillon memorável. Nesse me reuni na casa de Júlio e Fernando. Pouco antes da meia-noite partimos pra praia acompanhados de Kelly e seu namorado, cada um com sua boa espumante em mãos. A praia tava linda e quando começou os fogos foi muita emoção, o céu todo colorido se iluminava. Os pés na areia, depois na água, vontade de fazer uma oração de joelhos, chorar, gritar, agradecer. Foi lindo demais a energia que fluía. Cheios de areia voltamos pra casa, tomamos banho, colocamos nossa roupa bonita de réveillon e fomos curtir uma baladinha, Sunga Beach outra vez. Tudo muito bom.

2007/2008 - Esse foi o réveillon do regresso. Após passar 6 meses em Curitiba, estava de volta ao meu estado natal, estava feliz. Por estar feliz imaginei um réveillon incrível, mas foi incrivelmente chato. Combinei de passar com Rodrigo e Daniel, mas eu queria ir pra balada e o Rodrigo não. Fui até a casa dos dois pronto pra uma noite deliciosa e leve. O que aconteceu? Uma briga horrível entre os dois com direito até a agressão física. O motivo? Daniel não queria usar a roupa que Rodrigo tinha comprado pra ele. Resultado: Daniel desapareceu, Rodrigo ficou puto, eu me mandei sozinho pra balada. Chegando lá não aguentei ficar nem uma hora, faltava alguma coisa, faltava pessoas queridas, amigos. Saí e liguei pro Rodrigo que estava na praia, fui ao seu encontro. Fiquei um pouco com ele e suas sobrinhas, nem sinal de Daniel. Depois de algumas horas desisti daquele réveillon e fui pra casa dormir, Rodrigo continuou na praia e eu saí maldizendo aquela noite.

2008/2009 - O ano tinha sido maravilhoso. Foi o ano do meu retorno a Porto Alegre onde tudo tinha se encaixado perfeitamente. Conheci pessoas sensacionais e queria fechar 2008 com chave de ouro. Boa parte dos meus amigos não estavam na cidade, então entrei em contato com antigos vizinhos, uma galerinha fervida com quem tinha dividido o mesmo AP meses atrás e passamos todos juntos. Eu, Maurício, Jerry e Cristiano. Levei um tender e ceiamos na casa do Maurício que morava com o Jerry. A comida estava uma delícia, tinha um monte de coisa, carne assada, frango, linguiça, farofa, maionese. Comemos, vimos um pouco de tv, falamos besteiras, rimos e partimos para ver a queima de fogos no gasômetro. De lá voltamos a casa do Maurício para mais uns retoques e pegamos um táxi até a Refugiu's, onde dançamos e rimos até amanhecer. Com o dia claro fomos todos lá pra casa, preparei um bom café, falamos mais besteiras, demos mais risadas até o sono bater. 

2009/2010 - Nesse réveillon eu estava em São Vicente, na praia com Luana e Sílvia. Foi um ano que estive no céu e no inferno e tudo o que eu queria era voltar ao céu, então pedi muito que o ano seguinte fosse repleto de coisas boas. E entre um pedido e outro um beijo na boca e um banho de chuva.

2010/2011 - O ano começou cheio de angústia e terminou cheio de fé. Estava em Capão da Canoa. Passei no apartamento de Larissa pra ver os fogos de sua sacada que estavam tão lindos quanto os de 2006. Depois de ver o espetáculo de cores no céu encontrei com Daniel Machado, ficamos no centrinho, onde encontramos outros conhecidos e bebemos, comemos crepe e caminhamos na areia da praia.

2011/2012 - Após jantar em casa de Everton na companhia de Luli, Said, Gilvan, João e Marcus. Passamos o réveillon na Paulista, onde pegamos uma chuva, dançamos ao som de Jota Quest e finalizamos a noite cedo com uma passada rápida em casa de Luli. Apesar de ter sido o tão famoso réveillon da Paulista, foi um dos mais sem graça.

2012/2013 - E nesse último réveillon eu desejei que fosse o mais especial, mas  pra que fosse assim teria de acontecer coisas que não estão ao meu alcance realizar, mas nas mãos do destino. Um réveillon íntimo à beira de uma piscina bem decorada, com uma bela e apetitosa mesa, amigos sofisticados, bons de papo, cultos, música bem selecionada e quem sabe em meio a esse cenário mágico um alguém especial. Esse seria o réveillon dos sonhos. Mas não tenho mais os desejos afoitos de adolescente, quando acreditava que uma noitada de réveillon era o ápice de uma diversão ou que o recomeço de mais 365 dias realmente traria algo de surpreendentemente bom e novo. Amadurecendo a gente deixa de acreditar em contos de fadas e deixando de acreditar quem sabe eles não aconteçam.